"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 26, 2012

O brasil maravilha 300% "PREPARADO" : BC muda o tom e está mais pessimista sobre inadimplência

O Banco Central mudou um pouco de tom ao tratar das perspectivas para a inadimplência na pessoa física.

Se até o mês passado a previsão era de que o problema iria se acomodar e começar a cair durante o 2º semestre, agora a instituição já fala que o problema só começará a se reverter no fim do ano. A espera parece ter sido postergada.


"A expectativa é que haja acomodação e retração até o final do ano na (inadimplência da) pessoa física", disse o chefe do departamento econômico do Banco Central, Túlio Maciel.

No mês passado, a afirmação foi um pouco diferente.
"Estamos atentos, principalmente nesse patamar ainda alto, mas a expectativa é que, com o crescimento e a geração de emprego e renda, ela venha a se acomodar e reverter lá na frente", disse Túlio um mês atrás, quando divulgou dados de abril.

Mesmo com esse aparente adiamento para a solução dos calotes, Maciel mantém o discurso otimista. Para isso, citou como argumento os dados de atrasos - falta de pagamento entre 15 e 90 dias.

Esse problema diminuiu em maio, de 7% para 6,7% dos financiamentos às famílias. O técnico do BC argumenta que isso pode indicar melhora futura da inadimplência - falta de pagamento de mais de 90 dias.


Em maio, segundo a instituição, os atrasos diminuíram em todas as linhas para pessoas físicas. Maciel destacou em especial a melhora nos financiamentos para compra de veículos, cujo porcentual de atraso caiu de 8,6% para 8,5%, a primeira queda desde dezembro do ano passado.

A expectativa de uma reversão do quadro prevalece mesmo com a inadimplência recorde, mercado de trabalho com menos fôlego e os alertas do Banco de Compensações Internacionais (BIS na sigla em inglês) sobre um patamar supostamente elevado de endividamento no País.

O calote no cartão de crédito aumentou com força no mês passado e atingiu o patamar recorde de 29,5%, maior marca da série histórica iniciada em 2000. Conforme dados divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira, a marca anterior era de abril, quando alcançou 28,7%.

O nível de inadimplência quer dizer que, em maio, quase um terço dos recursos acumulados no crédito rotativo, financiamentos com juros e saques está sem pagamento há pelo menos 90 dias. Em cifras, os bancos esperam R$ 10,835 bilhões em pagamentos no cartão de crédito há mais de três meses.

Fernando Nakagawa e Eduardo Cucolo, da Agência Estado

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