"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 27, 2012

VERSO E REVERSO SEM "MARQUETINGUE" : Economia fraca derruba arrecadação

O governo federal arrecadou R$ 77,971 bilhões em impostos e contribuições em maio, valor recorde para o mês. O número representa uma alta real, acima da inflação, de 3,82% sobre o mesmo mês do ano passado, quando o valor foi de R$ 71,534 bilhões. Em comparação com abril, no entanto, a arrecadação teve uma queda de 16,3%.

O resultado se deve, sobretudo, à redução do ritmo do setor produtivo, que já aparece no recolhimento dos tributos. Em maio, o pagamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica caiu pela metade em relação ao mês anterior. A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), por sua vez, caiu 44,5%, sinais da desaceleração da atividade econômica.

- O que a gente percebe é que há uma queda na lucratividade das empresas, que está atingindo todos os segmentos - disse Zayda Manatta, secretária adjunta da Receita Federal.

Menos lucratividade reduz impostos de empresas

A secretária observa que, na comparação com maio do ano passado, o recolhimento desses impostos caiu 22,39%. Houve uma retração no pagamento até mesmo por parte do setor financeiro. Para Zayda, uma explicação é o balanço que as empresas fazem nesta época do ano, caso percebam que as estimativas feitas para o ano estão acima do lucro que efetivamente será obtido.

- Se, no acumulado do ano, considerarem que pagaram o imposto previsto para o ano, podem suspender ou reduzir o recolhimento - explicou.

Mesmo com a queda na lucratividade, as instituições financeiras continuam puxando a arrecadação no resultado dos cinco primeiros meses. Os bancos foram responsáveis por 70,9% do crescimento da receita de janeiro a maio.
Em seguida destacam-se os setores varejista; responsável por 20,2% do crescimento; e o de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, com 11,4%.

Na lista dos dez segmentos que mais puxaram a arrecadação, há apenas um representante da indústria:
o de fabricantes de bebidas, o que mostra que o setor continua patinando apesar dos pacotes anunciados pelo governo.


No acumulado dos cinco primeiros meses, entraram R$ 427,448 bilhões nos cofres públicos, ante os R$ 382,883 bilhões do mesmo período do ano passado. Isso significa que, a cada dia, incluindo sábados, domingos e feriados, os brasileiros jogaram R$ 2,8 bilhões nas contas do governo.

Zayda afirmou que a arrecadação deverá crescer entre 4% e 4,5% este ano., mas ainda sobre parâmetros econômicos não revisados.

Cristiane Bonfanti O Globo

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