A inflação começou o ano de 2012 em alta. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou 0,56% em janeiro, taxa superior à variação de 0,50% de dezembro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
Nos últimos 12 meses até janeiro, o índice acumula alta de 6,22%, ante 6,50% registrados em dezembro.
O IPCA tinha aumentado 0,83% em janeiro de 2011.
Essa foi a primeira divulgação do IPCA com a nova estrutura de pesos, que incorpora os resultados dos gastos de consumo da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009.
A mudança foi feita para refletir melhor o novo perfil de gastos do consumidor brasileiro.
Saiu do cálculo da inflação a máquina de costura, o chuchu e o chope, por exemplo.
Em seus lugares, entraram itens como o salmão e o pacote combo de TV e internet.
A atualização é feita por todos os países, e a recomendação da ONU é que ocorra de cinco em cinco anos, já que os hábitos não mudam rapidamente. A atual estrutura reflete o aumento do poder aquisitivo da população afirmou a coordenadora da pesquisa, Eulina Nunes dos Santos.
A principal contribuição para a inflação em janeiro veio dos grupos alimentação e bebidas, que subiram 0,86%, e do grupo transportes (alta de 0,69%), com 0,34 ponto percentual de contribuição desses dois grupos para a taxa de 0,56%.
Assim, os dois grupamentos foram responsáveis por 61% do IPCA.
A alta de alimentos e bebidas foi menor do que a registrada em dezembro (1,23%).
A carne, que vinha de uma alta de 4,11% em dezembro, caiu 0,64% em janeiro.
Também tiveram quedas o açúcar refinado (de -1,26% para -0,75%),
leite longa vida (de -1,41% para -1,13%),
pão francês (0,91% para -0,30%)
e frango em pedaços (de 1,65% para -0,13%).
Por outro lado, houve alta nos preços de feijão carioca (8,84% para 15,06%), cenoura (de -4,95% para 11,29%),
tomate (de 1,04% para 8,09%),
batata-inglesa (de -4,46% para 8,01%),
feijão preto (de 0,55% para 5,42%)
e hortaliças (de -1,46% para 4,56%).
De acordo com os pecuaristas, o consumo de carne em janeiro é menor do que em dezembro, quando há o período de festas, e a seca obrigou a aumentar o volume de abate, o que se refletiu no preço explicou Eulina.
No grupo de transportes, o maior impacto veio das tarifas dos ônibus urbanos, na maior influência individual do mês, com 2,54% de aumento. O reajuste de 10% nas tarifas de ônibus do Rio foi o que mais impactou.
Também houve aumento em Belo Horizonte (7,75%) e em Recife (1,61%).
Os reajustes dos ônibus urbanos costumam acontecer logo no começo do ano, e devem ter ainda resíduos no resultado de fevereiro. Já as passagens aéreas, hotéis e excursões sofreram ainda um "efeito férias".
O Globo
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