O calote do consumidor com bancos, lojas, financeiras, empresas prestadoras de serviços, administradoras de cartão de crédito, cheques e títulos protestados encerrou o primeiro semestre deste ano com crescimento de 19,1% em relação ao mesmo período de 2011, aponta o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor. Esse resultado semestral está entre os maiores da série histórica do indicador desde 2000.
"A inadimplência poderia ter crescido ainda mais se a evolução da renda e do desemprego não tivesse sido favorável no período", observa o economista responsável pelo indicador, Carlos Henrique de Almeida.
Só em junho a inadimplência do consumidor foi 15,1% maior em relação ao mesmo mês de 2011. O indicador, que é calculado a partir do número de documentos que não foram quitados na dia do vencimento, mostra que o aumento do calote foi sustentado tanto por dívidas bancárias, como cheque especial e financiamentos, como por dívidas não bancárias, que incluem pendências com lojas e cartões de crédito.
O calote de dívidas ligadas a bancos cresceu 22,1% no primeiro semestre na comparação anual e respondeu por mais da metade do resultado do indicador (10,9 pontos porcentuais).
A inadimplência de dívidas não bancárias aumentou 21,6% entre janeiro a junho deste ano em relação ao primeiro semestre de 2011.
Já os cheques sem fundos e os títulos protestados, que refletem também a inadimplência do microempresário que confunde as finanças pessoas com as das empresas, tiveram pouca influência nos resultados.
Valor.
Um dado que chama a atenção é o crescimento de 16,3% do valor médio das dívidas não bancárias do primeiro semestre de 2011 para o mesmo período deste ano. No ano passado, esse montante médio era de R$ 307,54 e subiu para R$ 357,68 agora. Almeida ressalta que os valores médios mais altos podem estar relacionados a dívidas pendentes no cartão de crédito que, na prática, é um financiamento pré-aprovado e disponível no bolso de cada cidadão.
Outra pesquisa confirma que a inadimplência está atingindo contas de despesas obrigatórias do dia a dia das famílias. Levantamento da Lello, uma das grandes administradoras de condomínios no Estado de São Paulo, revela que a o atraso acima de 30 dias no pagamento de taxas de condomínio cresceu 22%entre janeiro e maio deste ano em relação a igual período de 2011.
De janeiro a maio, 4% dos boletos de condomínio emitidos aos moradores de apartamentos residenciais na capital paulista não foram pagos. No mesmo período do ano passado, esse indicador era de 3,28%.
Cascata.
Na análise de Carlos Henrique, gerente de cobrança da Lello Condomínios, a inadimplência do condomínio pode significar o atraso no pagamento de outras contas compartilhas nos edifícios, como água, gás, energia elétrica, além da folha de salários, por exemplo.
Um dos destaques desse aumento de inadimplência dos condomínios é que, nos últimos anos, por causa da melhora no quadro econômico do País, o calote na taxa de condomínio registrou queda expressiva.
O gerente de cobrança da administradora ressalta que a taxa de inadimplência pode ser maior na média de outros edifícios da capital.
MÁRCIA DE CHIARA O Estado de S. Paulo
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