A Petrobrás deve amargar prejuízo milionário com a venda da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Esse é um dos ativos que a estatal pretende ofertar ao mercado, no programa de desinvestimento que vai ajudar a financiar investimentos no pré-sal.
Após anos de batalha judicial com sua sócia, uma trading belga, a petroleira brasileira fechou há duas semanas um acordo para aquisição de 100% da refinaria.
Ao todo, a Petrobrás pagou US$ 1,18 bilhão, em duas etapas, para comprar uma refinaria que, há sete anos, custou US$ 42,5 milhões à sua agora ex-sócia - quase 28 vezes menos.
Fontes que acompanharam a operação em diferentes estágios asseguram que o valor de mercado hoje da refinaria texana, de baixa complexidade, é muito menor do que o valor gasto pela Petrobrás para a obtenção do controle. Poderia chegar a um décimo do que foi pago.
Os investimentos programados na época para dobrar a capacidade para 200 mil barris por dia e adequar a unidade ao processamento de óleo pesado brasileiro, tornando-a mais sofisticada, nunca foram feitos.
Perguntada se espera retorno para os US$ 1,18 bilhão, a Petrobrás afirmou, em nota, ter como princípio "trabalhar para agregar valor aos seus ativos, e para tanto analisa constantemente as oportunidades do mercado".
"Quando avaliamos a aquisição da refinaria, o cenário era de margens de refino crescentes, a demanda mundial também estava em crescimento e não havia previsões sobre a crise de 2008, com seus desdobramentos no segmento de refino", disse a companhia, na nota.
A Agência Estado antecipou, no início de maio, a possibilidade de venda da refinaria, em entrevista com o presidente da Petrobrás Americas, Orlando Azevedo.
Apesar de haver diferenças de custos entre unidades de refino, uma comparação de mercado poderia ser feita com a refinaria americana Trainer, também para óleo leve, comprada no fim de abril deste ano pela Delta Airlines por US$ 150 milhões. A refinaria processa 85% mais óleo do que a de Pasadena. A Delta ainda recebeu US$ 30 milhões em incentivos do governo para fechar o negócio com a ConocoPhilips.
O acordo em Pasadena, anunciado no último dia 29 pela Petrobrás, desvinculou a petroleira da sócia Transcor/Astra. Em 2006, a trading de energia belga vendeu 50% da refinaria à petroleira. A outra metade foi repassada no mês passado, após encerrada a briga judicial, travada por divergências entre os sócios sobre investimentos.
A trading é subsidiária do grupo NPM/CNP, controlado pela família Frère, com ações negociadas em Bruxelas.
A empresa belga comprou 100% da refinaria em janeiro de 2005 por US$ 42,5 milhões, segundo relatório financeiro enviado à bolsa europeia. Onze meses depois, em 16 de novembro de 2005, foi fechado memorando de entendimento para vender metade da refinaria à Petrobrás por mais de US$ 300 milhões.
Em setembro de 2006 foi oficializada a aquisição por cerca de US$ 360 milhões, um negócio que o controlador belga descreveu em seu balanço como "um sucesso financeiro acima de qualquer expectativa razoável". O negócio foi aprovado em conselho de administração.
Participaram da coletiva de imprensa nos EUA os ocupantes, na época, da presidência da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, da diretoria de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e da diretoria Internacional, Nestor Cerveró. O negócio foi fechado em um momento de pico das margens de refino no mercado, que depois caíram. Antes e depois do acordo a refinaria passou meses parada para manutenção ou por causa da passagem do furacão Rita.
Em 29 de junho deste ano, a Petrobrás anunciou o pagamento de mais US$ 820,5 milhões para encerrar processos na Justiça e comprar os 50% restantes da refinaria.
SABRINA VALLE/RIO O Estado de S. Paulo
Após anos de batalha judicial com sua sócia, uma trading belga, a petroleira brasileira fechou há duas semanas um acordo para aquisição de 100% da refinaria.
Ao todo, a Petrobrás pagou US$ 1,18 bilhão, em duas etapas, para comprar uma refinaria que, há sete anos, custou US$ 42,5 milhões à sua agora ex-sócia - quase 28 vezes menos.
Fontes que acompanharam a operação em diferentes estágios asseguram que o valor de mercado hoje da refinaria texana, de baixa complexidade, é muito menor do que o valor gasto pela Petrobrás para a obtenção do controle. Poderia chegar a um décimo do que foi pago.
Os investimentos programados na época para dobrar a capacidade para 200 mil barris por dia e adequar a unidade ao processamento de óleo pesado brasileiro, tornando-a mais sofisticada, nunca foram feitos.
Perguntada se espera retorno para os US$ 1,18 bilhão, a Petrobrás afirmou, em nota, ter como princípio "trabalhar para agregar valor aos seus ativos, e para tanto analisa constantemente as oportunidades do mercado".
"Quando avaliamos a aquisição da refinaria, o cenário era de margens de refino crescentes, a demanda mundial também estava em crescimento e não havia previsões sobre a crise de 2008, com seus desdobramentos no segmento de refino", disse a companhia, na nota.
A Agência Estado antecipou, no início de maio, a possibilidade de venda da refinaria, em entrevista com o presidente da Petrobrás Americas, Orlando Azevedo.
Apesar de haver diferenças de custos entre unidades de refino, uma comparação de mercado poderia ser feita com a refinaria americana Trainer, também para óleo leve, comprada no fim de abril deste ano pela Delta Airlines por US$ 150 milhões. A refinaria processa 85% mais óleo do que a de Pasadena. A Delta ainda recebeu US$ 30 milhões em incentivos do governo para fechar o negócio com a ConocoPhilips.
O acordo em Pasadena, anunciado no último dia 29 pela Petrobrás, desvinculou a petroleira da sócia Transcor/Astra. Em 2006, a trading de energia belga vendeu 50% da refinaria à petroleira. A outra metade foi repassada no mês passado, após encerrada a briga judicial, travada por divergências entre os sócios sobre investimentos.
A trading é subsidiária do grupo NPM/CNP, controlado pela família Frère, com ações negociadas em Bruxelas.
A empresa belga comprou 100% da refinaria em janeiro de 2005 por US$ 42,5 milhões, segundo relatório financeiro enviado à bolsa europeia. Onze meses depois, em 16 de novembro de 2005, foi fechado memorando de entendimento para vender metade da refinaria à Petrobrás por mais de US$ 300 milhões.
Em setembro de 2006 foi oficializada a aquisição por cerca de US$ 360 milhões, um negócio que o controlador belga descreveu em seu balanço como "um sucesso financeiro acima de qualquer expectativa razoável". O negócio foi aprovado em conselho de administração.
Participaram da coletiva de imprensa nos EUA os ocupantes, na época, da presidência da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, da diretoria de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e da diretoria Internacional, Nestor Cerveró. O negócio foi fechado em um momento de pico das margens de refino no mercado, que depois caíram. Antes e depois do acordo a refinaria passou meses parada para manutenção ou por causa da passagem do furacão Rita.
Em 29 de junho deste ano, a Petrobrás anunciou o pagamento de mais US$ 820,5 milhões para encerrar processos na Justiça e comprar os 50% restantes da refinaria.
SABRINA VALLE/RIO O Estado de S. Paulo
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