Apesar de o governo dizer que o pior da inflação já passou, o bolso dos consumidores continua tomando uma sova. O IPCA-15, a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 0,75% em dezembro, encerrando o ano em 5,85%, acima dos 5,78% de 2012. O resultado superou todas as estimativas do mercado, que apontavam para taxa máxima de 0,70%, e esquentou o debate em torno do indicador final do ano, que será conhecido no início de janeiro.
Há uma clara convicção do Banco Central de que o IPCA ficará abaixo dos 5,84% do ano passado. Mas alguns analistas alertam que ainda não há uma garantia de que isso aconteça. Pelas contas de Flávio Combat, economista-chefe da Concórdia Corretora, o índice final de 2013 será de 5,90%. Nos cálculos do economista Elson Teles, do Itaú Unibanco, como a inflação oficial de dezembro será de 0,85%, o BC terá de se contentar com a repetição dos 5,84%. Mais otimista, a economia Mariana Hauer, do Banco ABC Brasil, aposta que a autoridade monetária vai comemorar um IPCA menor que o de 2012.
Os consumidores, porém, continuarão sob pressão. Segundo Mariana, quando se abre o IPCA-15, o que se vê é um índice de qualidade ruim. Os 5,85% acumulados no ano só foram possíveis devido às manobras do governo para conter os preços dos combustíveis e as tarifas de energia elétrica.
Gastos pessoais
O IPCA-15 de dezembro foi pressionado, principalmente, pelo grupo de despesas pessoais, com aumento de 1,18%, contra 0,68% de novembro. O salto decorreu da elevação dos custos com excursão, empregado doméstico, cigarro, manicure e cabeleireiro. No ano, essa classe de preços também liderou, com alta de 9,19%, muito acima da taxa geral, de 5,85%. Na contramão, os alimentos deram um importante alívio, com a elevação cedendo de 0,84% para 0,59% no mês.
Alta da gasolina
O grupo transportes também contribuiu para que a prévia da inflação oficial tivesse, em dezembro, elevação superior à projetada pelo mercado. O aumento médio foi de 1,17%, quase o dobro do 0,39% computado no mês anterior. Além das passagens aéreas, com reajuste de 20,15%, a gasolina, com correção de 2,15%, ajudou a fazer estrago no bolso dos consumidores. Juntos, esses dois itens responderam por um quarto de todo o IPCA-15 do dezembro.
"Na bomba está havendo um reajuste maior do que a tradicional conta de transmissão da refinaria para o varejo", disse o economista da LGA Consultores Fábio Romão.
"O IPCA-15 veio muito mais alto do que o esperado e todo mundo já está revendo as projeções para o IPCA. A tendência é muito ruim, de inflação no teto da meta no próximo ano", disse o sócio da Leme Investimentos, Paulo Petrassi. Segundo ele, quem apostava em uma alta de 0,25 ponto da-Selic em janeiro vai ter de rever suas posições.
Há uma clara convicção do Banco Central de que o IPCA ficará abaixo dos 5,84% do ano passado. Mas alguns analistas alertam que ainda não há uma garantia de que isso aconteça. Pelas contas de Flávio Combat, economista-chefe da Concórdia Corretora, o índice final de 2013 será de 5,90%. Nos cálculos do economista Elson Teles, do Itaú Unibanco, como a inflação oficial de dezembro será de 0,85%, o BC terá de se contentar com a repetição dos 5,84%. Mais otimista, a economia Mariana Hauer, do Banco ABC Brasil, aposta que a autoridade monetária vai comemorar um IPCA menor que o de 2012.
Os consumidores, porém, continuarão sob pressão. Segundo Mariana, quando se abre o IPCA-15, o que se vê é um índice de qualidade ruim. Os 5,85% acumulados no ano só foram possíveis devido às manobras do governo para conter os preços dos combustíveis e as tarifas de energia elétrica.
Gastos pessoais
O IPCA-15 de dezembro foi pressionado, principalmente, pelo grupo de despesas pessoais, com aumento de 1,18%, contra 0,68% de novembro. O salto decorreu da elevação dos custos com excursão, empregado doméstico, cigarro, manicure e cabeleireiro. No ano, essa classe de preços também liderou, com alta de 9,19%, muito acima da taxa geral, de 5,85%. Na contramão, os alimentos deram um importante alívio, com a elevação cedendo de 0,84% para 0,59% no mês.
Alta da gasolina
O grupo transportes também contribuiu para que a prévia da inflação oficial tivesse, em dezembro, elevação superior à projetada pelo mercado. O aumento médio foi de 1,17%, quase o dobro do 0,39% computado no mês anterior. Além das passagens aéreas, com reajuste de 20,15%, a gasolina, com correção de 2,15%, ajudou a fazer estrago no bolso dos consumidores. Juntos, esses dois itens responderam por um quarto de todo o IPCA-15 do dezembro.
"Na bomba está havendo um reajuste maior do que a tradicional conta de transmissão da refinaria para o varejo", disse o economista da LGA Consultores Fábio Romão.
"O IPCA-15 veio muito mais alto do que o esperado e todo mundo já está revendo as projeções para o IPCA. A tendência é muito ruim, de inflação no teto da meta no próximo ano", disse o sócio da Leme Investimentos, Paulo Petrassi. Segundo ele, quem apostava em uma alta de 0,25 ponto da-Selic em janeiro vai ter de rever suas posições.
VICENTE NUNES
Correio Braziliense
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