"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

dezembro 20, 2013

brasil maravilha DOS FARSANTES : IPCA-15 dispara

http://3.bp.blogspot.com/-mY2e-LJcPYc/TR-emAsHQlI/AAAAAAAAFxM/J9hXBwWSisA/s640/Lula_Dilma.jpg
Apesar de o governo dizer que o pior da inflação já passou, o bolso dos consumidores continua tomando uma sova. O IPCA-15, a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 0,75% em dezembro, encerrando o ano em 5,85%, acima dos 5,78% de 2012. O resultado superou todas as estimativas do mercado, que apontavam para taxa máxima de 0,70%, e esquentou o debate em torno do indicador final do ano, que será conhecido no início de janeiro.

Há uma clara convicção do Banco Central de que o IPCA ficará abaixo dos 5,84% do ano passado. Mas alguns analistas alertam que ainda não há uma garantia de que isso aconteça. Pelas contas de Flávio Combat, economista-chefe da Concórdia Corretora, o índice final de 2013 será de 5,90%. Nos cálculos do economista Elson Teles, do Itaú Unibanco, como a inflação oficial de dezembro será de 0,85%, o BC terá de se contentar com a repetição dos 5,84%. Mais otimista, a economia Mariana Hauer, do Banco ABC Brasil, aposta que a autoridade monetária vai comemorar um IPCA menor que o de 2012.

Os consumidores, porém, continuarão sob pressão. Segundo Mariana, quando se abre o IPCA-15, o que se vê é um índice de qualidade ruim. Os 5,85% acumulados no ano só foram possíveis devido às manobras do governo para conter os preços dos combustíveis e as tarifas de energia elétrica.

Gastos pessoais

O IPCA-15 de dezembro foi pressionado, principalmente, pelo grupo de despesas pessoais, com aumento de 1,18%, contra 0,68% de novembro. O salto decorreu da elevação dos custos com excursão, empregado doméstico, cigarro, manicure e cabeleireiro. No ano, essa classe de preços também liderou, com alta de 9,19%, muito acima da taxa geral, de 5,85%. Na contramão, os alimentos deram um importante alívio, com a elevação cedendo de 0,84% para 0,59% no mês.

Alta da gasolina


O grupo transportes também contribuiu para que a prévia da inflação oficial tivesse, em dezembro, elevação superior à projetada pelo mercado. O aumento médio foi de 1,17%, quase o dobro do 0,39% computado no mês anterior. Além das passagens aéreas, com reajuste de 20,15%, a gasolina, com correção de 2,15%, ajudou a fazer estrago no bolso dos consumidores. Juntos, esses dois itens responderam por um quarto de todo o IPCA-15 do dezembro.

"Na bomba está havendo um reajuste maior do que a tradicional conta de transmissão da refinaria para o varejo", disse o economista da LGA Consultores Fábio Romão.

"O IPCA-15 veio muito mais alto do que o esperado e todo mundo já está revendo as projeções para o IPCA. A tendência é muito ruim, de inflação no teto da meta no próximo ano", disse o sócio da Leme Investimentos, Paulo Petrassi. Segundo ele, quem apostava em uma alta de 0,25 ponto da-Selic em janeiro vai ter de rever suas posições.

VICENTE NUNES Correio Braziliense

Nenhum comentário: