Leitores não se contentam em só ler, querem participar, querem escrever! Aquela velha idéia dos profissionais de mídia produzirem para a massa simplesmente ler já era.
Hoje, também escrevemos (massa), na maioria com até mais credibilidade, alguns então, chegam a ser mais especializados do que aqueles que passam quatro anos dentro de uma universidade aprendendo, e algumas vezes não apreendendo, a escrever.
Abaixo uma transcrição de uma opinião sobre o modo de fazer o jornalismo :
Recentemente, Juan Luis Cebrián, fundador do “El País”, foi entrevistado por Laura Greenhalgh, editora-executiva do jornal “O Estado de S. Paulo”.
A entrevista, saborosa e inteligente, foi uma sincera reflexão sobre avanços e recuos do nosso ofício. A crise que fustiga nossa atividade é flagrada na radiografia do escritor.
Está em jogo o modo de fazer jornalismo. Cebrián intui a gravidade do momento. “A internet é um fenômeno de desintermediação”, diz ele.
“E que futuro aguarda os meios de comunicação, assim como os partidos políticos e os sindicatos, num mundo desintermediado?”
Só nos resta uma saída: produzir informação de alta qualidade técnica e ética.
Ou fazemos jornalismo de verdade ou seremos descartados por um leitorado cada vez mais fascinado pelo aparente autocontrole da informação na plataforma virtual.
Existe, sim, uma grave crise no modo de fazer jornalismo.
Existe, sim, uma grave crise no modo de fazer jornalismo.
Reproduzimos, frequentemente, o politicamente correto.
Não apuramos. Não confrontamos informações de impacto com fontes independentes.
Ficamos reféns de grupos que pretendem controlar a agenda pública. Mas o jornalismo de qualidade não pode ficar refém de ninguém: nem da Igreja, nem dos políticos, nem do movimento gay, nem dos ambientalistas, nem dos governos.
Devemos, sim, ficar reféns da verdade.
CARLOS ALBERTO DI FRANCO é diretor do Master em Jornalismo.
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