Sergio Lamucci, de São Paulo Valor Econômico -
O déficit comercial da indústria de transformação triplicou nos primeiros cinco meses do ano e alcançou US$ 18,8 bilhões.
O resultado, quando comparado aos indicadores industriais, sugere uma forte importação para complementar a oferta interna - e não substituí-la, na maioria dos casos, por enquanto.
A importação da indústria aumentou 55% de janeiro a maio, em relação a igual período do ano passado, e a exportação cresceu 22% na mesma comparação, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Impulsionada pelo mercado interno aquecido, foi principalmente a importação de insumos que fez o déficit comercial da indústria sair de US$ 5,6 bilhões no ano passado para os quase US$ 19 bilhões nos cinco primeiros meses de 2010.
O segmento metalúrgico foi o que apresentou maior deterioração, deixando um superávit de US$ 1,8 bilhão até maio de 2009 para um déficit de US$ 5,3 bilhões neste ano.
O uso da capacidade instalada no segmento passou de 71,3% em maio do ano passado para 87,7% no mesmo mês deste ano, indicando que o déficit não veio acompanhado de uma perda de produção.
As importações - que incluem aço, alumínio e ferro, entre outros insumos - saltaram de US$ 3,1 bilhões para US$ 10,8 bilhões.
O ritmo de crescimento das importações em 2010 impressiona.
De janeiro a maio, o volume importado (de todos os bens e por todos os setores) aumentou 41,5% em relação ao mesmo período de 2009.
"Esse crescimento é resultado da soma explosiva de demanda forte e dólar barato, que no Brasil bate mais forte nas importações que nas exportações", diz o economista André Sacconato, da Tendências Consultoria Integrada.
Para ele, as importações de bens intermediários e bens de capital são um sinal positivo, por sinalizar aumento da produção futura das empresas.
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