"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 28, 2010

ETANOL AMEAÇADO POR CARRO ELÉTRICO.


O carro flex, capaz de ser movido a etanol ou a gasolina, que tanto sucesso faz no Brasil, não parece ser a primeira opção em mercados do primeiro mundo.
Análise divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) sinaliza que nos países desenvolvidos, em especial na Europa, firma-se a preferência pelos carros elétricos.

A Agência Ambiental Europeia projeta que os veículos movidos a eletricidade vão corresponder a 60% das vendas no continente até 2050 (o que equivalerá a 25% da frota mundial). A Reunault-Nissan chega a estimar que em 2020 os veículos elétricos representarão 10% da frota do mundo.

Os dados fazem parte do estudo "Etanol e Veículos Elétricos: via de mão única ou dupla?" da série de estudos “Radar: Tecnologia, Produção e Comércio Exterior”, produzidos regularmente pelo Ipea.

Barreiras estruturais e geopolíticas

A avaliação técnica do Ipea leva em consideração tendências de mercado em países mais ricos, em especial os da Europa. Lá impera uma forte pressão contra a redução das emissões de gases de efeito estufa, o que acelera a adoção de tecnologias limpas.

O setor de transporte responde sozinho por um quinto das emissões – e a maior parte delas vem dos carros usados em centros urbanos para o transporte individual do trabalho para casa.

Cerca de 80% das viagens tem menos de 20 quilômetros. É essa realidade, segundo o estudo, que favorece os veículos impulsionados pela eletricidade.

“Os automóveis elétricos são mais eficientes que os movidos a motores de combustão interna no tráfego urbano, em especial quando em baixas velocidades e constantes acelerações e frenagens", diz o texto do Ipea.

Como os carros elétricos são próprios para trajetos curtos dentro das cidades, começam a ser vistos como a alternativa mais viável. Estudos recentes estimam que a troca dos carros com motor a combustão pelos carros elétricos reduziriam em 50% as emissões no continente europeu.

Competição com alimentos

Outro entrave é o temor de que os biocombustíveis possam tomar a área cultivada, bem como os estoques, de culturas utilizadas como alimento.

Ainda que esse receio não se aplique à cana-de-açúcar, é perfeitamente factível em relação a grãos como milho e trigo, base da produção de etanol nos Estados Unidos e na Europa.

A correlação entre cana e grãos, ainda que errônea, prejudica a imagem do etanol perante a opinião pública.

Opiniões : Carro elétrico ameaça etanol, diz Ipea

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