"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 28, 2010

APOSENTADOS, ACORDO POR 7%.

Nem 6,14% nem 7,71%. Governo tenta convencer parlamentares a aceitar índice intermediário

Líderes do governo no Senado e na Câmara costuraram ontem um acordo para que o Congresso aprove o reajuste de 7% para as aposentadorias com valor acima de um salário mínimo.

Mesmo com a pressão dos aposentados e a falta de consenso entre os aliados, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP) vai insistir hoje em um acordo com a base para a aprovação do índice de 7%.

Se Vaccarezza conseguir acertar a negociação, há o compromisso do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), de defender o mesmo porcentual. Isso porque boa parte dos parlamentares têm defendido um aumento de 7,71%.

A proposta original do governo era de 6,14%. Um grupo de aposentados esteve na Câmara para pressionar a aprovação de uma correção maior dos benefícios.

“O fato de alguns líderes da base se posicionarem contra (os 7%) não quer dizer que acabou a negociação. Não vou colocar nem um centavo além dos 7% no meu relatório”, afirmou Vaccarezza, após participar com Jucá de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Guido Mantega (Fazenda), Carlos Eduardo Gabas (Previdência) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

“Vamos votar aquilo que vier da Câmara. Se Vaccarezza conseguir 7% em acordo com líderes, isso fortalece a posição do Senado e a sanção do presidente”, ressaltou Jucá.

Um dos temores na Câmara em votar um reajuste inferior a 7,71% é que o Senado aprove um índice maior, o que não soaria bem para os deputados em um ano eleitoral.

O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), reiterou que os aliados vão votar em um único índice nas duas Casas. “Não vamos votar um reajuste aqui para ser alterado no Senado e voltar para a Câmara. O Senado vai passar por bonzinho e a Câmara por padrasto. Essa cena eu não quero ver mais”, disse.

Porém, os parlamentares da base aliada da Câmara reafirmaram que vão votar a proposta de aumento de 7,71%. “O correto é o governo concordar com isso. Se continuar a insistência (contra 7,71%), o governo vai ser derrotado”, disse deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).

Camuflados :
Desses 7 ou 7,7% que serão concedidos a partir de maio, serão descontados os 6,14% do aumento dado em janeiro. A parte retroativa da correção corresponderá à diferença entre o índice pago em janeiro e os 7,7% acordados - e festejados por deputados e senadores da base aliada - na semana passada. O que dá uns míseros 1,56%., enquanto que para o bolsa-família, o reajuste foi superior a 11%.

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