"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

março 24, 2010

MP/DF - NA CAIXA DE PANDORA

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AE - Agencia Estado

Depois de desencadear uma crise no Executivo e no Legislativo, o escândalo de corrupção no Distrito Federal avança sobre o Ministério Público (MP) local.

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) começou a interferir para acelerar investigações que podem atingir o procurador-geral de Justiça do DF, Leonardo Bandarra.

Ex-secretário de Relações Institucionais e delator do esquema do "mensalão do DEM", Durval Barbosa acusou Bandarra de receber R$ 1,6 milhão para não incomodar o governo, avalizando, até mesmo, contratos de limpeza urbana feitos sem licitação. O procurador nega e nenhuma prova foi apresentada pelo ex-secretário do governador cassado José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM).

Ontem, em sessão do CNMP, o conselheiro Bruno Dantas apresentou requerimento para retirar das mãos da Corregedoria do MP do DF o poder de investigar Bandarra.

Conselheiros consideram que o órgão leva o caso em ritmo lento e a apuração pode não levar a lugar algum.

Até hoje, pelo menos sete empresas recebem R$ 66 milhões em contratos emergenciais na área de limpeza urbana.

O suposto acordo para o Ministério Público ficar calado em troca de propina foi feito, segundo depoimento de Durval Barbosa, entre Bandarra e Arruda.

O acerto teria sido assinado em 2007 por meio de "instrumento de transação" em que o MP assumiu o compromisso de extinguir ação civil relacionada aos contratos de lixo.
Continua...

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