Vicente Nunes
O mercado financeiro reforçou as apostas de alta na taxa básica de juros (Selic), mas ficou evidente a sua divisão quanto à data em que o arrocho monetário começará.
Se analistas e operadores arrumaram argumentos de sobra na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira, para justificar uma ação “enérgica” por parte do BC para manter a inflação no centro da meta fixada pelo governo, de 4,5%, também reconheceram que a instituição, mesmo com o discurso mais duro, não se comprometeu com prazos.
Até porque, a despeito de todos os alertas sobre os riscos que rondam o país, as expectativas estão sob controle.
“Havia uma expectativa de que o BC divulgasse uma ata ‘sangrenta’, indicando que a alta dos juros é iminente.
Mas não foi o que aconteceu.
Ainda que o Copom tenha usado palavras mais duras do que no documento referente à reunião de dezembro passado, não se viu um compromisso explícito sobre quando a Selic começará a subir”, disse o economista-chefe do Banco BES Investimento, Jankiel Santos.
Para ele, mesmo tendo aumentado a chance de os juros subirem no encontro do Copom de 16 e 17 de março, o mais provável é que o BC espere um pouco mais para avaliar melhor o que está acontecendo com a inflação. “Por isso, continuo acreditando em alta a partir de abril”, frisou.
Contaminação
Para o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes, realmente, os números atuais da inflação incomodam, por estarem nos maiores níveis desde o início de 2003, quando começou o governo Lula.
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