"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

novembro 22, 2012

E NA TAL CPI DA "SOBRIEDADE E FOCO"... a "concruzão" e a lista DO MAIS NOVO BOBO DA CORTE DOS CANALHAS : ODAIR CUNHA .

Bombardeado pela oposição por ter pedido, no relatório final da CPI do Cachoeira, o indiciamento do governador de Goiás, Marconi Perillo, e investigação em relação ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o relator Odair Cunha (PT-MG) bateu o pé e decidiu, no fim da tarde de ontem, que não vai aceitar a inclusão de novos nomes no documento. 
 
A única ressalva é em relação à retirada de indiciados do texto original, protocolado na madrugada de ontem.

Ele afirmou que, se um integrante da comissão quiser livrar alguns dos 46 indiciados, deverá defender a posição em plenário. Mesmo adiantando que não irá concordar com a sugestão, Cunha afirmou que o relatório é um peça coletiva e as eventuais propostas vão ser postas em votação.

"Tenho convicção de todos os nomes que coloquei e vou manter o relatório. Trata-se de uma peça coletiva. Não retiro nada. Os integrantes vão fazer sugestões e, ao não concordar, vou colocar para votação do colegiado", explicou.


Como a maioria esmagadora da CPI é formada por deputados e senadores da base aliada do governo, Cunha não deve ter nenhuma dificuldade para aprovar o texto original. 

"O que não faço é acordo fora do plenário. Aqui, em plenário, a gente coloca para votação", reafirmou, após participar, na manhã de ontem, de uma sessão bastante tumultuada.

O sumário executivo, espécie de resumo do relatório que tem cinco volumes e mais de 5.300 páginas, deveria ter sido lido na manhã de ontem. Os oposicionistas pretendiam adiar a leitura e reconvocar o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Com base no regimento interno do Senado, conseguiram jogar a leitura para a manhã de hoje. 

 
No entanto, o relator descartou a possibilidade de reconvocação do contraventor.

Um dos principais alvos do relatório é Marconi Perillo. Para o relator, o governador de Goiás cometeu sete crimes, exatamente a mesma quantidade atribuída a Cachoeira, considerado o chefe da organização criminosa. 

O relator sugeriu o enquadramento de Perillo pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, advocacia administrativa, tráfico de influência, falso testemunho, lavagem de dinheiro e ainda penas da Lei de Licitações. 
 
O governador alegou que há uma perseguição política por ele ser de um partido adversário e declarou que espera o julgamento do Supremo Tribunal de Federal (STF). 
 
"Vi elementos contundentes para pedir o indiciamento do governador. Ele recebia recursos da quadrilha", afirmou Cunha. O texto original atesta que havia um repasse periódico de dinheiro vivo do grupo criminoso para Perillo. Ontem, o relator informou que a palavra "periódico" será retirada.

Em relação a Carlinhos Cachoeira, o deputado Odair Cunha sugeriu o indiciamento pelos crimes de peculato, advocacia administrativa, tráfico de influência, corrupção ativa, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. 


O dono da empreiteira Delta, Fernando Cavendish, considerado pela oposição como o grande mentor da organização criminosa, foi enquadrado apenas nos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Ministério Público

O relator foi bastante criticado por ter recomendado que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) investigue a conduta do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. 

 
O relatório aponta que Gurgel não deu prosseguimento às investigações referentes à Operação Vegas, iniciada em 2008 pela Polícia Federal. Para o relator, não foi apresentada nenhuma justificativa. "Ele passou dois anos sem fazer nada."
 
O inquérito da Polícia Federal foi remetido à Procuradoria Geral da República em 2009. No entanto, a subprocuradora Cláudia Sampaio, mulher de Gurgel, entendeu que não havia indícios para o prosseguimento da apuração contra as autoridades com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF). 
 
Ele só pediu abertura do procedimento no STF mais de dois anos depois, quando a CPI já havia sido instalada. "Há uma inversão completa de valor. O relatório coloca o investigador como investigado numa típica medida de retaliação", comentou o senador Randolfe Rodrigues.

Ontem, um dia após ser solto, Cachoeira passou o dia em casa. Foi recebido por familiares, que festejaram o retorno com um leitão assado. O relatório pede ainda o indiciamento por formação de quadrilha de cinco jornalistas e cita outros cinco por relações com o grupo de Cachoeira.


A lista
Confira os principais pedidos de indiciamento que constam no relatório final da CPI


Carlinhos Cachoeira
» Apontado como o líder da organização, o relator pediu o indiciamento por peculato, advocacia administrativa, tráfico de influência, corrupção ativa, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e evasão de divisas
 
Marconi Perillo
» O governador de Goiás foi responsabilizado, no relatório final da CPI, pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva, advocacia administrativa, tráfico de influência, falso estemunho e ainda nas penas da Lei de Licitações e lavagem de dinheiro

Raul de Jesus Lustosa Filho
» O prefeito de Palmas acabou responsabilizado pelos crimes de corrupção passiva, advocacia administrativa e lavagem de dinheiro

Demóstenes Torres

» O ex-senador, cassado em maio após ter colocado o mandato a serviço da organização criminosa de Cachoeira, foi responsabilizado pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e corrupção passiva   

Carlos Alberto Leréia da Silva
» O deputado federal do PSDB de Goiás acabou responsabilizado pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional, ráfico de influência e lavagem de dinheiro

Fernando Cavendish
» Em relação ao dono da construtora Delta, foi sugerido o indiciamento por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro

Wladimir Garcez Henrique
» Já no caso do ex-vereador, o relatório pediu o indiciamento por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e os delitos previstos na Lei de Licitações

 Andressa Alves Mendonça de Moraes
» Foi sugerido o indiciamento da mulher de Cachoeira por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção ativa

Andréa Aprígio de Souza
» A ex-mulher de Cachoeira foi indiciada por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro

Cláudio Dias Abreu

» A CPI enquadrou o ex-sócio da Delta no Centro Oeste nos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e fraude em licitações

Novo pedido de prisão preventiva

Os procuradores da República Daniel de Resende Salgado e Léa Batista de Oliveira voltaram a pedir a prisão preventiva do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A acusação, desta vez, é a de que o bicheiro explorou clandestinamente máquinas de caça-níqueis montadas com peças contrabandeadas de países asiáticos. 
  
Porém, a Justiça Federal determinou que fossem recolhidos o passaporte de Cachoeira e de outras cinco pessoas acusadas de pertencerem ao esquema. Além disso, nenhum deles pode se ausentar das cidades onde moram sem autorização judicial. Cachoeira deixou o Presídio da Papuda na madrugada de ontem.

 JOÃO VALADARES Correio Braziliense 
46 indiciados e ninguém mais

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