Depois de declarações que geraram polêmica sobre uma possível mobilização social caso o julgamento do mensalão seja "político" e não "técnico", dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) - reunidos no 11º Congresso do órgão - debateram a iminente paralisação geral dos servidores públicos federais e não pouparam críticas ao governo Dilma, com frases do tipo "na época do Lula não era assim".
Desde março, os sindicalistas tentam negociar ajustes salariais, mas, segundo eles, o governo vem se mostrando irredutível e "tentando mais um ataque (em referência ao fator previdenciário)".
Pelo menos a metade dos funcionários de 20 órgãos e ministérios em atividade no país já está paralisada, de acordo com a CUT. O setores da saúde e da educação são os mais afetados. A greve, por exemplo, atinge 56 das 59 universidades federais.
- Que mensalão? Não temos tempo para o mensalão. Queremos que o governo mude o comportamento que vem tendo conosco. Greve nunca é a melhor alternativa, mas vem se mostrando a única. Estamos tendo paciência, mas é claro que ela (a greve) pode ser ampliada - disse Pedro Armengol, diretor-executivo da central.
Armengol voltou ontem de Brasília para São Paulo, onde se encontrou com o secretário de Relações do Trabalho do Planejamento, Sérgio Mendonça, que negocia com o funcionalismo. Os servidores preparam, para a semana que vem, um acampamento em frente à Esplanada dos Ministérios. No dia 18, uma marcha contrária ao governo deve ocorrer em Brasília.
Embora não deseje desagradar ao setor que historicamente apoia o PT, Dilma já teria deixado escapar que está mais preocupada em controlar os gastos públicos para enfrentar a estagnação da economia e a crise internacional. O prazo para envio ao Congresso da previsão de gastos para 2013 é 31 de agosto. Até lá, a CUT vai pressionar.
O governo gasta atualmente cerca de 4% do PIB com os servidores.
- Na época do Lula se gastava mais:
pelo menos 4,8%. Hoje, países com serviço público razoável gastam 5%. O problema é que ninguém sabe qual será a diretriz orçamentária do governo, mas já sabemos que a intenção é baixar ainda mais os 4% que já gasta. É para que isso não ocorra que lutaremos - disse Armengol.
Ele acha aceitável a preocupação do governo com a crise, mas sem sacrificar o trabalhador.
- Agora, não venham colocar, de forma perversa, que a despesa de pessoal é um risco para o não crescimento econômico. Pelo contrário, salários justos fortalecem a economia - defende Armengol.
Mariana Timóteo da Costa O Globo
Desde março, os sindicalistas tentam negociar ajustes salariais, mas, segundo eles, o governo vem se mostrando irredutível e "tentando mais um ataque (em referência ao fator previdenciário)".
Pelo menos a metade dos funcionários de 20 órgãos e ministérios em atividade no país já está paralisada, de acordo com a CUT. O setores da saúde e da educação são os mais afetados. A greve, por exemplo, atinge 56 das 59 universidades federais.
- Que mensalão? Não temos tempo para o mensalão. Queremos que o governo mude o comportamento que vem tendo conosco. Greve nunca é a melhor alternativa, mas vem se mostrando a única. Estamos tendo paciência, mas é claro que ela (a greve) pode ser ampliada - disse Pedro Armengol, diretor-executivo da central.
Armengol voltou ontem de Brasília para São Paulo, onde se encontrou com o secretário de Relações do Trabalho do Planejamento, Sérgio Mendonça, que negocia com o funcionalismo. Os servidores preparam, para a semana que vem, um acampamento em frente à Esplanada dos Ministérios. No dia 18, uma marcha contrária ao governo deve ocorrer em Brasília.
Embora não deseje desagradar ao setor que historicamente apoia o PT, Dilma já teria deixado escapar que está mais preocupada em controlar os gastos públicos para enfrentar a estagnação da economia e a crise internacional. O prazo para envio ao Congresso da previsão de gastos para 2013 é 31 de agosto. Até lá, a CUT vai pressionar.
O governo gasta atualmente cerca de 4% do PIB com os servidores.
- Na época do Lula se gastava mais:
pelo menos 4,8%. Hoje, países com serviço público razoável gastam 5%. O problema é que ninguém sabe qual será a diretriz orçamentária do governo, mas já sabemos que a intenção é baixar ainda mais os 4% que já gasta. É para que isso não ocorra que lutaremos - disse Armengol.
Ele acha aceitável a preocupação do governo com a crise, mas sem sacrificar o trabalhador.
- Agora, não venham colocar, de forma perversa, que a despesa de pessoal é um risco para o não crescimento econômico. Pelo contrário, salários justos fortalecem a economia - defende Armengol.
Mariana Timóteo da Costa O Globo
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