"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 11, 2012

MENSALÃO : Centrais resistem a endossar pressão da CUT sobre Supremo

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As centrais sindicais não parecem dispostas a embarcar na mobilização da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a não julgar "de forma política" os réus do mensalão - suposto esquema de compra de apoio político no governo Lula.

Enquanto a União Geral dos Trabalhadores (UGT), central com grande número de filiados ao PSD, ficou em cima do muro, dirigentes da Força Sindical e Nova Central refutaram qualquer manifestação, que só tem apoio explícito da Central de Trabalhadores do Brasil (CTB).

(...)
Na segunda-feira, o futuro presidente da CUT, Vagner Freitas, que toma posse amanhã, declarou ao jornal "Folha de S. Paulo" que os trabalhadores tiveram avanços importantes no governo Lula e que, se o julgamento do mensalão for político, a central irá às ruas em protesto. À noite, ele se disse mal interpretado, embora não tenha negado que a entidade pode fazer manifestações contra o que chamou de "julgamento político".

Para o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, a declaração foi "infeliz". "O julgamento não se dá assim, sob pressão. Estamos num período democrático, não na ditadura em que os tribunais serviam aos militares", afirmou. Filiado ao PDT, Juruna garante que a central não sairá às ruas para qualquer protesto referente ao mensalão. "Temos que guardar munição para as campanhas salariais."

Embora não critique a postura da CUT, o presidente da Nova Central, José Calixto Ramos, diz que acredita no julgamento técnico do STF, diante da importância do tema, e que "os de fora" não têm devem dar opinião. "A questão está entregue a quem tem competência para julgar. A Nova Central não irá se envolver nisso de jeito nenhum", afirmou.

O secretário-geral da UGT, Canindé Pegado, diz a central ainda não avaliou o tema e discutirá isso se perceber que a decisão do STF não será técnica. "A gente não quer julgamento político, de quem quer que seja, porque isso é uma afronta à democracia", afirmou.

Em visita à sede da UGT no fim de 2011, quando deu uma palestra sobre economia, Dirceu comentou que esperava que os sindicalistas fossem às ruas para defendê-lo, segundo integrantes da central contaram ao Valor. Pegado negou ontem que o assunto tenha sido debatido.

Raphael Di Cunto | De São Paulo Valor Econômico

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