"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

novembro 08, 2011

Massa falida da Boi Gordo leiloa duas fazendas e arrecada R$ 3,8 milhões


Os liquidantes da massa falida da Fazendas Reunidas Boi Gordo, que prometia aplicações com ganhos espetaculares em gado e que quebrou em 2001, arrecadaram R$ 3,810 milhões com a venda de duas fazendas em leilão judicial realizado ontem na capital paulista.

A Fazenda Primavera, localizada no município de Poconé (MT), de 822 hectares, foi arrematada por um pecuarista da região por R$ 2,4 milhões, sendo que o lance mínimo foi de R$ 1,380 milhão, com pagamento de 20% à vista e parcelamento em 12 vezes com 1% de juros ao mês.

Já a segunda propriedade, a fazenda Alteza I e II, localizada em Cárceres, também no Mato Grosso, foi arrematada por R$ 1,410 milhão, com avaliação inicial de R$ 744 mil. O comprador, outro pecuarista do Mato Grosso, realizará o pagamento à vista.

A massa falida da Boi Gordo ainda realizará, no dia 24 de novembro, mais um leilão, no qual serão colocadas à venda mais duas propriedades: Vale do Sol II, em Salto do Céu (MT), e Realeza, em Itapetininga (SP), avaliadas em um total de R$ 14,538 milhões. Outras cinco fazendas, que estão em avaliação, deverão ser leiloadas no ano que vem.

Só a Realeza do Guaporé I e II, de cerca de 120 mil hectares, localizada em Pomodoro (MT), tem valor estimado de mais de R$ 100 milhões. Outra, localizada ao norte de Mato Grosso, aguarda definição do Código Florestal para ser vendida.

A massa falida já conseguiu vender a fazenda Eldorado, localizada na Chapada dos Guimarães (MT), em leilão realizado em 2009, arrematada por R$ 4,650 milhões.

Ainda foi desapropriada uma propriedade pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em 2008, por R$ 5 milhões, sendo a que a metade do valor já foi quitada.

O valor obtido com a venda dos imóveis será utilizado para o pagamento dos credores da Boi Gordo, que pediu concordata em outubro de 2001 e acabou tendo a falência decretada pela Justiça em abril de 2004.

A dívida da empresa soma hoje cerca de R$ 3 bilhões e reúne 30 mil credores, a maior parte de investidores.

A massa falida tem hoje em caixa cerca de R$ 28 milhões. Somando-se a isso às propriedades vendidas mais as que estão em avaliação, o valor dos ativos deve superar R$ 200 milhões.

Os credores da dívida trabalhista e tributária da empresa têm preferência no pagamento, que pode chegar a R$ 135 milhões.

Silvia Rosa | São Paulo Valor Econômico

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