"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

novembro 08, 2011

CARRO NOVO BOLSO VAZIO II : Aumenta a inadimplência de veículos


Parcela de financiamentos com prestações atrasadas acima de 90 dias atingiu 4,4% do total em setembro, com alta de 1,9 ponto no ano


Enquanto os juros cobrados do consumidor na compra a prazo de veículos recuam desde maio, a inadimplência nessa linha de crédito não para de crescer. Pelo sexto mês consecutivo, a parcela de créditos com atraso superior a 90 dias aumentou em setembro e atingiu 4,4% do saldo financiado ou R$ 7,3 milhões, segundo cálculos da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef).

De acordo com o relatório que será divulgado hoje pela associação, elaborado a partir de dados do Banco Central e das empresas filiadas, a fatia do calote no total dos financiamentos aprovados quase cresceu dois pontos porcentuais este ano.

Em dezembro de 2010, a inadimplência acima de 90 dias correspondia a 2,5% do saldo financiado e em setembro estava em 4,4%.


Bancos.


O aumento da inadimplência apareceu nos resultados trimestrais dos principais bancos. Na divulgação dos resultados do terceiro trimestre do Banco do Brasil (BB), o destaque negativo foi para as operações do Banco Votorantim (BV), do qual o BB é dono de 50%.


A inadimplência do BV subiu de 3,2% para 4,3% dos créditos a receber, do segundo para o terceiro trimestre. A força do BV está no financiamento de veículos.

O Itaú Unibanco foi outra instituição que registrou aumento do calote do consumidor. No segundo trimestre esse indicador estava em 5,8% e em setembro tinha subido para 6,3%.


"Não há vilão no assunto inadimplência, isto é, todas as categorias de crédito (pessoal, cartões e veículos) contribuíram igualmente para o crescimento do índice no trimestre", diz Rogério Calderon, diretor de controladoria.


O Bradesco também exibiu o aumento da inadimplência da pessoa física no resultado trimestral. Em junho, o crédito em atraso acima de 90 dias correspondia a 5,7% da carteira de empréstimos e, em setembro, essa fatia tinha subido para 6%.

"Houve alta generalizada na inadimplência de veículos no terceiro trimestre, em algumas instituições mais e em outras, menos", diz Jair Lantaller, presidente do Instituto Geoc, que reúne empresas de cobrança.


No últimos 60 dias, o presidente do Instituto Geoc conta que cresceu 18% o volume de trabalho para as empresas de cobrança, puxado especialmente pelos financiamento de carros que não foram pagos.

O perfil da inadimplência de veículos recai sobre carros populares, com prestação entre R$ 700 e R$ 800.
Essa informação é confirmada por outra pesquisa feita pela agência de varejo automotivo MSantos com empresas de cobrança.


Os consumidores, com renda familiar entre R$ 2 mil e R$ 3,5 mil, que financiaram veículos em até 60 meses a partir de 2009, puxam hoje a fila dos inadimplentes, diz a pesquisa.

De acordo com a Anef, o aumento da inadimplência contrariou as expectativas do início do ano e é explicado pelos efeitos da inflação que prejudicaram a quitação dos débitos.

Lantaller, do Geoc, acrescentou outro fator que contribuiu para o aumento do calote: o cartão de crédito.

Uma enquete feita com inadimplentes pelo instituto que ele preside mostrou que o inadimplente dá prioridade ao pagamento do cartão em detrimento de outros débitos, porque assim reabilita o crédito.


Para Calderon, do Itaú Unibanco, a inadimplência vai melhorar nos próximos trimestres com a elevação da massa salarial e a redução da inflação e dos juros.


Para outros executivos do setor financeiro, no entanto, o calote vai se estabilizar só no início do segundo trimestre e os acréscimos de renda não serão suficientes para estancar a inadimplência no curto prazo.

MÁRCIA DE CHIARA - O Estado de S. Paulo

Em maio de 2011 :

CARRO NOVO E BOLSO VAZIO : FINANCIAMENTO ...

Nenhum comentário: