"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 13, 2011

FINANCIAL TIMES : MODELO "LULISTA" PODE ESTAR NO LIMITE.


O jornal britânico Financial Times publicou uma reportagem na qual afirma que o modelo “lulista” de desenvolvimento econômico pode estar atingindo seu limite.

O periódico já havia alertado para risco de bolha no Brasil em uma reportagem e também em editorial.

Medidas que permitiram expansão do consumo e do crédito no Brasil durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva agora geram inflação e risco de bolha, diz o diário. A reportagem aponta como soluções de longo prazo o aumento dos investimentos e mais austeridade nos gastos públicos.

Na reportagem, o “FT” tenta explicar de que forma o modelo lulista gerou melhorias, quais as conseqüências negativas e que ajustes são necessário. “O modelo Lula é incompleto”, disse Arminio Fraga ao jornal britânico.

Abaixo, uma seleção dos pontos apresentados na reportagem de página inteira do “Financial Times”, citando algumas medidas do governo Lula que geraram desenvolvimento mas, também, desequilíbrios.

O que Lula fez

. Colocou técnicos no Banco Central e no Ministério da Fazenda para manter a estabilidade macroeconômica;

. Lançou o programa Bolsa Família

. Aumentou o salário mínimo “bruscamente”

. Reformou a legislação de falências, o que tornou mais fácil para os bancos emprestar dinheiro e praticamente dobrou o volume de crédito para o setor privado desde 2007.

Essas medidas, diz o “FT”, geraram as bases para a expansão da classe média e ajudam a explicar o “crescimento econômico em taxas asiáticas” no último ano do mandato (7,5%).

Os desequilíbrios gerados

. O real se fortaleceu 46% em dois anos e meio;

. Devido ao aumento das importações, o déficit nas transações do Brasil com o resto do mundo já representa 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto);

. Inflação ao consumidor atingiu o teto da meta estipulada pelo próprio governo, de 6,5% em 12 meses, “em parte devido ao rápido crescimento da economia e dos empréstimos”.

. O Banco Central elevou a taxa básica de juros para 12,25% ao ano, o que atrai mais capital externo para o país e faz o real se valorizar mais;

. Consumidores usam um quarto da sua renda para pagar dívida (nos EUA, essa proporção é de 16%);

. Inadimplência subiu 22% entre janeiro e julho, maior alta em nove anos, segundo a Serasa.

Radar Econômico/Estadão

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2 comentários:

Mery disse...

Eu não entendo muito de política, não gosto deles, votei nulo na última eleição, mas eu queria saber porque um petista fanático postou no orkut a frase "eu odeio o Estadão"(?)
Abraços, se puder me dê uma resposta, fiquei curiosa...
Mery/ Rio de Janeiro

Camuflados disse...

Mery, é o contraditório que os incomoda.
O Papai Noel embala o sonho das crianças, mas um país que pretende ser Nação não deve se dar ao luxo de premiar a corrupção e as mentiras, dia a dia, inseridas no midiatismo populista e fedorento que aí está.

A Imprensa, como formadora de opinião, tem a responsabilidade de defender a Democracia, independente de partidos políticos.

Por mais eufemismos que se use, a História não deixa mentir, quanto à necessidade de amordaçamento da opinião pública, quando um poder autocrático se instala.

Com a atuação dos nossos petralhas, isto está na cara. Imprensa livre não exime o orgão de ser partidário, não de partidos, necessariamente, mas de opções sociais mais ou menos em consonância com os anseios da população.

Obrigado pela visita.