"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 08, 2010

GUSTAVO LOYOLA :TAXA DE CRESCIMENTO "INSUSTENTÁVEL".

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A expansão da economia brasileira no primeiro trimestre deste ano não surpreendeu o economista Gustavo Loyola, da consultoria Tendências.

As expectativas de Loyola de que a economia brasileira segue em ritmo muito forte se confirmaram com os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (8).

O ex-presidente do Banco Central, no entanto, afirma que a taxa de crescimento do PIB está “acima do que é sustentável” e faz um alerta sobre o aumento das importações no período: “o aumento das compras no exterior [importações] em 13,1% [frente ao trimestre anterior] revela que a demanda interna está crescendo mais do que a oferta.

Por isso é preciso importar mais porque a produção não esta sendo suficiente.” Ainda segundo ele, a capacidade ociosa da indústria já foi “engolida” e este é o cenário para o aumento da inflação.

Loyola aponta o aumento dos investimentos (formação bruta de capital fixo) em 7,4% como uma boa noticia do PIB.

“A retomada do investimento mostra que a capacidade de produção está crescendo para gerar mais oferta doméstica, o que pode dar maior sustentabilidade ao crescimento.

Mas os números do IBGE também confirmam que o aumento na taxa investimento na economia ainda está tirando o atraso do período pré-crise em 2008.

Gustavo Loyola chama atenção para outro dado divulgado pelo IBGE, o consumo do governo, que cresceu 0,9%. “Esse número é muito desproporcional ao efeito que os gastos elevados do governo geram na economia, que é uma pressão forte na inflação.

É uma luz amarela acesa indicando que o ritmo de gastos públicos não pode continuar assim, para que o Banco Central não tenha que ser mais duro com a política monetária.”

Nesta quarta-feira, o Banco Central se reúne para definir a taxa de juros básica da economia e para Loyola, o aumento de 0,75% na Selic agora é inevitável. As projeções da Tendencias prevêem mais quatro aumentos dos juros até o final do ano fechando em 12,25% em 2010.

Apesar das altas esperadas, o economista já percebe uma melhora nas expectativas de inflação para este ano

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