Gustavo Ribeiro/Veja -
Pivô do escândalo no Senado, ex-diretor-geral busca um mandato para voltar a reinar em Brasília
O ex-datilógrafo Agaciel Maia é um personagem-chave da crise que sacudiu o Senado no ano passado. Diretor-geral da instituição durante catorze anos, Agaciel perdeu o cargo quando se descobriu que era dono de uma mansão, avaliada em 5 milhões de reais, nunca declarada à Receita Federal. A casa, soube-se depois, era apenas um detalhe em sua biografia.
Agaciel era o principal operador da máquina que produzia contratos superfaturados e nomeava funcionários-fantasma, por meio de atos secretos, em benefício de um seleto grupo de políticos. Seu poder era tão incontrastável que, mesmo sendo um mero burocrata, era tratado como o 82° senador.
Apesar dos escândalos em que estava metido, Agaciel conservou o emprego de servidor e o salário de 23 000 reais.
Mas não ficou totalmente satisfeito. Agora, depois de um ano de recolhimento, o ex-diretor está decidido a entrar de vez no mundo da política universo que, em duas décadas de convivência com o poder, aprendeu a conhecer como poucos.
Tratando-se de Agaciel Maia, o risco de isso acabar dando certo para ele não é desprezível.
As negociações em torno do novo projeto estão adiantadas. Agaciel já decidiu que disputará um mandato pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC), sigla que elegeu o ex-deputado Clodovil Hernandes em 2006.
Só está em dúvida em relação ao cargo.
O mais provável é que dispute uma das 24 cadeiras da Câmara Distrital de Brasília, cujos parlamentares se notabilizaram por esconder propinas em lugares exóticos, como meias. O PTC estima que seu mais novo candidato possa conquistar cerca de 10 000 votos.
Seu sistema propulsor seria formado por servidores do Senado casta que Agaciel sempre privilegiou e da qual é uma espécie de ídolo.
"É a minha turma", confirma o ex-diretor.
A direção do PTC não se importa com a biografia tisnada de seu novo pupilo. "Acredito que ele pode nos trazer muitos votos. Às vezes as pessoas tomam certas atitudes por necessidade", justifica o presidente da sigla em Brasília, Divino Omar Nascimento.
Com o sinal verde do partido, Agaciel já está em campanha. Ele mandou pintar em muros da periferia o seu endereço na internet, uma maneira disfarçada de fazer campanha eleitoral antecipada.
"É só para que os servidores do Senado não percam o contato comigo", explica. Havia jeito mais fácil e barato. Bastava comparecer ao trabalho, onde raramente é visto. Apesar das dificuldades de uma campanha, sua carreira é promissora.
Com dinheiro, amigos influentes e vasta experiência política, ele tem tudo para criar sua própria dinastia.
Pivô do escândalo no Senado, ex-diretor-geral busca um mandato para voltar a reinar em Brasília
O ex-datilógrafo Agaciel Maia é um personagem-chave da crise que sacudiu o Senado no ano passado. Diretor-geral da instituição durante catorze anos, Agaciel perdeu o cargo quando se descobriu que era dono de uma mansão, avaliada em 5 milhões de reais, nunca declarada à Receita Federal. A casa, soube-se depois, era apenas um detalhe em sua biografia.
Agaciel era o principal operador da máquina que produzia contratos superfaturados e nomeava funcionários-fantasma, por meio de atos secretos, em benefício de um seleto grupo de políticos. Seu poder era tão incontrastável que, mesmo sendo um mero burocrata, era tratado como o 82° senador.
Apesar dos escândalos em que estava metido, Agaciel conservou o emprego de servidor e o salário de 23 000 reais.
Mas não ficou totalmente satisfeito. Agora, depois de um ano de recolhimento, o ex-diretor está decidido a entrar de vez no mundo da política universo que, em duas décadas de convivência com o poder, aprendeu a conhecer como poucos.
Tratando-se de Agaciel Maia, o risco de isso acabar dando certo para ele não é desprezível.
As negociações em torno do novo projeto estão adiantadas. Agaciel já decidiu que disputará um mandato pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC), sigla que elegeu o ex-deputado Clodovil Hernandes em 2006.
Só está em dúvida em relação ao cargo.
O mais provável é que dispute uma das 24 cadeiras da Câmara Distrital de Brasília, cujos parlamentares se notabilizaram por esconder propinas em lugares exóticos, como meias. O PTC estima que seu mais novo candidato possa conquistar cerca de 10 000 votos.
Seu sistema propulsor seria formado por servidores do Senado casta que Agaciel sempre privilegiou e da qual é uma espécie de ídolo.
"É a minha turma", confirma o ex-diretor.
A direção do PTC não se importa com a biografia tisnada de seu novo pupilo. "Acredito que ele pode nos trazer muitos votos. Às vezes as pessoas tomam certas atitudes por necessidade", justifica o presidente da sigla em Brasília, Divino Omar Nascimento.
Com o sinal verde do partido, Agaciel já está em campanha. Ele mandou pintar em muros da periferia o seu endereço na internet, uma maneira disfarçada de fazer campanha eleitoral antecipada.
"É só para que os servidores do Senado não percam o contato comigo", explica. Havia jeito mais fácil e barato. Bastava comparecer ao trabalho, onde raramente é visto. Apesar das dificuldades de uma campanha, sua carreira é promissora.
Com dinheiro, amigos influentes e vasta experiência política, ele tem tudo para criar sua própria dinastia.
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