A participação de estrangeiros na dívida pública em títulos federais atingiu 8,95% em maio, o maior nível da série histórica iniciada em 2006 pelo Tesouro Nacional.
Para se ter uma ideia, em outubro de 2008, quando a crise internacional ganhou força, essa fatia era de 5,65%.
Com esse resultado, o estoque de papéis brasileiros em poder dos não residentes totalizou R$ 133 bilhões.
As estatísticas oficiais sobre a dívida evidenciam que a piora do quadro fiscal nas economias europeias e os juros mais altos no Brasil aumentaram o apetite desses investidores pelos títulos e têm levado fundos soberanos e fundos de pensão a flexibilizarem exigências para o ingresso no mercado de renda fixa do país.
Em maio do ano passado, o total de títulos em poder de estrangeiros estava em R$ 71,5 bilhões.
Esse montante subiu para R$ 109 bilhões em dezembro, R$ 121,5 bilhões em março e R$ 126,4 bilhões em abril, seguido da elevação já mencionada em maio.
O interesse maior é por prefixados e títulos de longo prazo, com destaque para NTN-F. Nessas operações, o não residente recolhe o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e possui isenção do Imposto de Renda.
Para o de perfil de curto prazo, essa cobrança torna a aplicação menos atrativa".
De forma geral, o montante da dívida pública em títulos federais atingiu em maio R$ 1,519 trilhão, com alta de 1,79% frente a abril.
As emissões líquidas somaram R$ 21,27 bilhões, os resgates ficaram em R$ 11 bilhões e a apropriação de juros em R$ 15 bilhões.
O custo médio em 12 meses da dívida em títulos passou de 10,76% ao ano para 10,94%, segundo o BC.
Luciana Otoni, de Brasília Valor Econômico
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