"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 25, 2010

EXPLORAR A TRAGÉDIA É A CARA DELES! E AINDA APROVEITAM PARA MENTIR

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Explorar a tragédia no Nordeste em favor do proselitismo e da campanha eleitoral é a cara do governo Lula (ler post anterior). O próprio presidente foi a Alagoas e Pernambuco salgar com suas lágrimas o dilúvio. O que impressiona é a facilidade com que as mentiras prosperam.

A reportagem da Agência Brasil, reproduzida em todo canto, traz este parágrafo (que não reproduzi no post abaixo):
“Até 27 de maio, o PAC aplicou R$ 463,9 bilhões dos investimentos previstos para a execução de obras. Isso corresponde a 70,7% dos R$ 656 bilhões previstos até dez 2010. ‘Os balanços quadrimestrais dão transparência [às ações] e garantem que as informações cheguem a toda sociedade’, disse [Mirian Belchior.”

Os fatos
Esse número do PAC é uma farsa, uma fantasia ridícula. Já demonstrei isso aqui.

Relembro:

1 - As obras “concluídas” do PAC somam R$ 302,5 bilhões de um total previsto de R$ 656,5 bilhões - ou 46,1%;
2 - Diz o governo que a execução financeira totaliza R$ 463,9 bilhões - ou 70,7% do total. Que bom, né? Pois é. Nesse total, estão incluídos:
- R$ 154,5 bilhões de investimento das estatais - 33,23% (a quase totalidade deve ser da Petrobras);
- R$ 98,1 bilhões de investimento do setor privado;
- R$ 157,9 bilhões de financiamento habitacional a pessoas físicas;
- R$ 41,8 bilhões de investimentos do Orçamento Geral da União;
- R$ 5,2 bilhões de financiamento ao setor público;
- R$ 6,4 bilhões de contrapartidas de estados e municípios

Dilma pode não ter dançado o “rebolation-tion-tion”, mas é mestra no “enrolation-tion-tion”.

Pergunta-se:

as estatais, e quase tudo é da Petrobras, não investiriam não fosse o “PAC”?

E o setor privado?

Os R4 157,9 bilhões do tal “financiamento habitacional a pessoas físicas”, num plano de “aceleração” do crescimento, querem dizer exatamente o quê?

EIS A PROVA: NÃO EXISTE!

Os números provam o óbvio:

o PAC não existe.

O que isso quer dizer?

Que não existem obras?

Ora, claro que sim!

Não estariam sendo tocadas, por acaso, sem esse nome-fantasia?

O PAC deveria ter sido um esforço concentrado para realizar mais do que se realizaria sem ele, certo?

Como se entregou menos da metade, supõe-se que o esforço concentrado ou não deu em nada ou funcionou como ação negativa. E esse menos da metade, como se nota, foi garantido pelas estatais e pelo setor privado.

Estamos diante de especialistas na arte de iludir. Sendo verdadeiros os números, em que resultou, até agora, a fantástica obra do PAC? Dos anunciados R$ 656,5 bilhões do “programa”, só 6,36% foram efetivamente tocados com recursos do Orçamento Geral da União - ou 9% do que o próprio governo considera efetivamente investido.

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