Por Denise Luna
(Reuters) -
A operação de capitalização da Petrobras, que pode se transformar no maior aumento de capital da história, corre o risco de não se realizar em 2010 se o Congresso não aprovar até abril o projeto de lei que autoriza o negócio, afirmou uma fonte chave envolvida no processo.
Segundo a fonte, que pediu anonimato, o final de abril seria uma data limite para formatar o negócio e levá-lo ao mercado antes do período de férias no hemisfério norte, quando tradicionalmente se fecha a janela de captações de grande porte.
Depois das férias nos EUA e na Europa, em setembro, o período eleitoral praticamente inviabilizaria o negócio que, dependendo do resultado das eleições, poderia até não acontecer mais.
A demora da aprovação prejudica principalmente a elaboração do Plano Estratégico da Petrobras, que já deveria ter sido divulgado.
O plano anterior previa investimentos de 174,4 bilhões de dólares para o período de 2009-2013.
Desta vez, entre 2010 e 2014, a cifra deve ultrapassar os 200 bilhões de dólares.
"Por enquanto o trabalho (para a capitalização) é interno, não está sendo feito nada fora da empresa, mas estamos preparando para quando o projeto for aprovado ter condições de fazer logo", explicou a fonte.
Para o diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura, Adriano Pires, a capitalização da empresa deve ocorrer, após a pressão sobre o Senado, mas será anunciada de acordo com a agenda eleitoral da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, que deverá ficar com a responsabilidade de anunciar o novo Plano Estratégico bilionário da Petrobras.
"Deve ser um número estrondoso, mais de 200 bi (bilhões de dólares), e não teria sentido anunciar agora, até porque se fosse agora, iriam pegar onde?", avaliou o consultor, lembrando que o mercado financeiro ainda vive um tipo de ressaca da crise, o que lança algumas dúvidas sobre o potencial de sucesso da mega operação.
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