Villas-Bôas Corrêa,
Jornal do Brasil
É realmente comovedor, de inflar o peito e umedecer os olhos, a amizade entre o presidente Lula e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, lançada sem dar a menor confiança ao PT das decepções com o mensalão e o caixa 2, como a candidata à primeira presidenta da República deste país. A turma que ficou agarrada ao cordão petista, e às prendas de nomeações aos milhares, entoou o refrão perfeito para exorcizar suspeições maliciosas: é uma relação de pai com a filha.
Afinal, nada de tão dramático como o fim de capítulo de novela. Lula e a candidata não estão proibidos de emendar o primeiro ato da campanha, ostensivamente antecipada em desobediência impune aos prazos da lei, para as viagens às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Minha Casa, Minha Vida para a construção de 1 milhão de residências populares e o mutirão de emergência para socorrer as populações dos estados, de Norte a Sul, que pagaram o alto preço do desleixo federal na recuperação das rodovias em pandarecos, dos milhares de famílias que perderam tudo nas enchentes e não sabem como recomeçar a vida do nada.
O carimbo infalível da campanha, no entanto, foi a festança eleitoral com um serviço de bufê de fazer inveja aos rega-bofes de fim de semana dos ricaços, com mansões na região dos lagos. Na inauguração da Barragem do Rio Setúbal, em Jenipapo de Minas, cerca de 120 empregados do bufê Célia Soutto Mayor, de Belo Horizonte, foram contratados para servir refrigerantes e salgadinhos ao público que penava ao sol. Afinal, pousou o helicóptero com o presidente Lula, a ministra-candidata Dilma Rousseff e a seleta comitiva.
E os 120 garçons deram um show de eficiência. Ninguém ficou de goela seca e boca vazia, e na área da comitiva presidencial o requinte chegou ao penne ao molho branco.
Para a população, o agrado do feriado municipal e ônibus contratados pelo prefeito Márlio Costa (PDT) levavam o povo para a festança.
A campanha da candidata do presidente Lula promete seguir o modelo de Jenipapo de Minas: vai ser uma festa de arromba.
Villas-Bôas Corrêa é repórter político do JB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário