Em ano eleitoral, cada emprego oferecido vale voto na urna
Tiago Pariz
Logo após o recesso, a partir de 2 de fevereiro, os deputados decidirão a troca de comandantes de lideranças e comissões. Mais do que o interesse político pelos postos, os parlamentares estão de olho nos cargos comissionados que poderão ocupar com apadrinhados.
São 767 cargos de natureza especial (CNE), 100 de comissões e 667 das lideranças.
Uma folha de pagamento mensal de R$ 3,44 milhões.
A liderança do PMDB, por exemplo, tem ao seu dispor 92 cargos comissionados e um orçamento disponível de pouco mais de R$ 400 mil.
Esse é um dos motivos que enchem os olhos dos deputados para disputar o posto de presidente de comissão permanente ou de liderança quando a Câmara voltar a funcionar daqui duas semanas.
Mesmo no recesso, telefones de líderes não param de tocar, reuniões ocorrem a todo momento para saber quem ficará com os cargos mais badalados da Câmara. É a ansiedade dos parlamentares acumulada desde o fim do ano passado.
A voracidade de alguns deputados deve-se ao poder que o cargo garante, a partir da livre escolha de funcionários ou do poder de influência na bancada.
Cada comissão tem cinco postos de livre provimento, uma folha de pagamento de R$ 29,6 mil.
O presidente do órgão pode fazer o que bem entender com os cargos desde que não passe desse teto.
É uma forma de acomodar diversos interesses e retribuir com a indicação de cargos.
E EU COM ISSO
Lotear uma comissão com apadrinhados ou fazer um trabalho só pensando na carreira política simplifica o trabalho parlamentar. O eleitor tem direito de saber se o seu representante está usando o mandato em benefício próprio.
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