"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

janeiro 29, 2010

DE VOLTA À REALIDADE

O ministro Guido Mantega (Fazenda) informou que o governo decidiu não renovar as medidas que resultaram na redução de impostos para diversos produtos.
 Adotadas para atenuar os efeitos da crise financeira global sobre a economia brasileira, as reduções de alíquotas vinham sendo renovados sucessivamente.

Acabou o refresco, avisou Mantega na Suíça. Falou em Zurique, a caminho de Davos, onde se realiza o Fórum Econômico Mundial.
 Informou que a redução do IPI da chamada linha branca (eletrodomésticos como fogões e geladeiras) termina já neste final de semana.

A última renovação só vale até domingo (31). E não será renovada. Por quê? Ouça-se Mantega:
“Consideramos que, se a economia está crescendo, ela não precisa mais da ajuda do Estado”.
O prazo do IPI reduzido para a compra de automóveis expira em 31 de março. O ministro avisa: “Isso não será renovado”.

Mantega estima que, passada a marolinha de 2009, a economia brasileira crescerá entre 5% e 5,5% neste ano da graça de 2010.

Acha que o resultado será assegurado sobretudo pelo consumo doméstico e pelos novos investimentos. Públicos e privados.
 Contesta a tese de que o Brasil flerta com uma bolha inflacionária: “Não acho que haja nem bolha nem superaquecimento da economia brasileira...”

“...Quem diz isso está fazendo um prognóstico apressado. Estamos apenas recuperando o que perdemos”.
 Tomado de otimismo, o ministro prevê, de resto, que serão produzidos no país 1 milhão de novos empregos em 2010.

Disse que certos setores já se ressentem da falta de mão-de-obra. Mencionou especificamente a construção civil.
 Se Mantega estiver certo, o ambiente benfazejo levará água à candidatura oficial da ministra Dilma Rousseff. É essa a aposta do governo.

Do ponto de vista econômico, o fim da amabilidade tributária tornou-se um imperativo. Brasília já não pôde dispor de arrecadação.
Para cumprir as metas de superávit primário de 2009, o governo teve de lançar mão de um artifício. Descontou de suas despesas os investimentos do PAC.
Sem isso, a conta não fecharia.

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