"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 30, 2012

Blindagem de Sérgio Cabral enfrenta resistências na CPI

A blindagem do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), na CPI do Cachoeira enfrenta resistências internas de deputados que não querem arcar com o desgaste político da operação.

O deputado Artur Maia (PMDB-BA) enviou ofício ao líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), cobrando explicações e a confirmação da existência da operação que já produziu os primeiros resultados, evitando a convocação de Cabral.

Maia foi o único que se manifestou, lembrando ao líder ter tomado conhecimento da blindagem pela imprensa e concluindo que, "como o partido não se reúne, fica difícil entender como as coisas funcionam".

Ele disse que precisa saber o que de fato o partido pretende porque tem sido cobrado por eleitores seus, na Bahia, a dar explicações sobre o episódio.
Para o peemedebista, a obrigação do líder é chamar a bancada e tomar uma posição clara.

A cúpula do PMDB não se preocupou em colocar uma tropa de choque em defesa de Cabral na CPI, mas foi uma questão estratégica e não de abandono do governador fluminense. Um dirigente do partido explica que a intenção foi jogar sobre o PT a responsabilidade de não complicar a vida de Cabral, uma vez que a CPI tinha sido uma "invenção" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é amigo pessoal do governador peemedebista.

Henrique Eduardo não polemizou com Maia. Disse apenas que não tinha como convocar a bancada para discutir polêmicas lançadas a toda hora pela imprensa, a menos que mantivesse uma convocação permanente, 24 horas no ar. Maia respondeu com ironia. "Manter uma bancada convocada 24 horas não é preciso.

A mim bastaria que ele reunisse os liderados por uma hora a cada 24 dias", disse o parlamentar, destacando que a última reunião da qual se recorda deve ter ocorrido há cerca de cinco meses.

CHRISTIANE SAMARCO
O Globo

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