Se as previsões dos economistas se confirmarem, a taxa básica de juro (Selic) cairá 0,5 ponto percentual, saindo dos atuais 9% ao ano para 8,5%, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se encerra na noite desta quarta-feira. Será o juro mais baixo da série histórica do país, divulgada desde 1986 pelo Banco Central.
Com a Selic nesse patamar, será acionado também o novo mecanismo de rendimento da poupança. A remuneração da poupança de 6,17% ao ano mais variação da Taxa Referencial (TR) é substituída pela variação da TR mais 70% da Selic, para depósitos feitos a partir do dia 4 de maio. Com isso, a aplicação criada em 1861, passará a render menos que 6% ao ano.
- Pela nova regra, a poupança renderá 70% da Selic - o equivalente a 5,95% em lugar dos 6,17% ao ano. A Taxa Referencial está próxima de zero, o que significa que não há acréscimo neste percentual. Na prática, a nova regra vai reduzir o rendimento da poupança de 0,52% ao mês para 0,50% ao mês - afirma o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças(Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira. Ele engrossa a turma de economistas que acreditam que a Selic caia a 8,50% nesta quarta.
A mudança no rendimento da poupança foi necessária, porque em um cenário de juros baixos, a caderneta seria o melhor investimento, gerando uma saída de recursos dos fundos de investimentos e dos títulos públicos e privados, que financiam o governo. Assim, o corte na rentabilidade da poupança foi necessário para que que a política de redução de juros pudesse continuar.
O Banco Central iniciou o ciclo de redução do juro em agosto do ano passado para estimular o crescimento econômico. Se cair hoje, será a sétima redução consecutiva da Selic.
Entre os analistas, a maior aposta é que a Selic caia para 8,5% ao ano. O economista-chefe do banco WestLB, Luciano Rostagno, acredita que o BC baixará a Selic em 0,5 ponto percentual nesta quarta.
- A Inflação oficial medida pelo IPCA continua recuando (ficou em 0,51% em maio), a atividade econõmica está fraca no país, os sinais do exterior são de 'viés desinflatório'. Além disso, a atuação do Banco Central, vendendo contratos de swap cambial no mercado futuro, segurou bem a moeda americana, que deve ficar flutuando ao redor de R$ 2, e evitando pressões inflacionárias - diz o economista.
Para ele, o BC também vai baixar a Selic em 0,5 ponto percentual na reunião de de 11 de julho e a taxa deve chegar a dezembro neste patamar. Rostagno lembra também que esta será a primeira reunião do Copom em que o voto dos membros será divulgado, desde a criação do órgão, em 1996.
A mudança ocorre por conta da nova Lei de Acesso à Informação.
Em relatórios, os dois maiores bancos privados do país, Itaú Unibanco e Bradesco, também avaliam que a Selic será reduzida em 0,5 ponto percentual. Para o economista do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octávio de Barros, "mesmo com as incertezas do cenário externo mantendo-se no radar, o BC deverá ressaltar a parcimônia em suas próximas ações e optará por um corte da taxa Selic em 0,5 ponto percentual".
De acordo com o economista, o desempenho do PIB do primeiro trimestre, a ser divulgado na na sexta-feira, deverá mostrar um crescimento de apenas 0,5% na comparação com o quarto trimestre do ano passado.
"Ao se analisar o desempenho do PIB, segundo nossa expectativa, os destaques negativos serão a queda nos investimentos (potencializada pela redução na produção de caminhões) e na agropecuária (por causa de problemas climáticos). O consumo das famílias, por sua vez, deverá registrar leve aceleração, infuenciado pela retomada dos ganhos salariais no período", avalia Octávio de Barros.
O economista Márcio Cardoso, sócio da Corretora Título, também aposta numa redução de 0,5 ponto percentual.
- O governo está fazendo um esforço sobre-humano para estimular o crescimento da economia. Enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) enxergar que há espaço para cortes, ele vai fazê-lo - diz o economista.
Para Cardoso, se na Europa forem aprovados os eurobonds, títulos comuns a todos os países do euro e a eleição na Grécia for bem sucedida, em junho, com um candidato que defenda a permanência do país na zona do euro, abre-se espaço para que o Copom faça um movimento até mais forte de redução na reunião de julho.
O Globo
Com a Selic nesse patamar, será acionado também o novo mecanismo de rendimento da poupança. A remuneração da poupança de 6,17% ao ano mais variação da Taxa Referencial (TR) é substituída pela variação da TR mais 70% da Selic, para depósitos feitos a partir do dia 4 de maio. Com isso, a aplicação criada em 1861, passará a render menos que 6% ao ano.
- Pela nova regra, a poupança renderá 70% da Selic - o equivalente a 5,95% em lugar dos 6,17% ao ano. A Taxa Referencial está próxima de zero, o que significa que não há acréscimo neste percentual. Na prática, a nova regra vai reduzir o rendimento da poupança de 0,52% ao mês para 0,50% ao mês - afirma o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças(Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira. Ele engrossa a turma de economistas que acreditam que a Selic caia a 8,50% nesta quarta.
A mudança no rendimento da poupança foi necessária, porque em um cenário de juros baixos, a caderneta seria o melhor investimento, gerando uma saída de recursos dos fundos de investimentos e dos títulos públicos e privados, que financiam o governo. Assim, o corte na rentabilidade da poupança foi necessário para que que a política de redução de juros pudesse continuar.
O Banco Central iniciou o ciclo de redução do juro em agosto do ano passado para estimular o crescimento econômico. Se cair hoje, será a sétima redução consecutiva da Selic.
Entre os analistas, a maior aposta é que a Selic caia para 8,5% ao ano. O economista-chefe do banco WestLB, Luciano Rostagno, acredita que o BC baixará a Selic em 0,5 ponto percentual nesta quarta.
- A Inflação oficial medida pelo IPCA continua recuando (ficou em 0,51% em maio), a atividade econõmica está fraca no país, os sinais do exterior são de 'viés desinflatório'. Além disso, a atuação do Banco Central, vendendo contratos de swap cambial no mercado futuro, segurou bem a moeda americana, que deve ficar flutuando ao redor de R$ 2, e evitando pressões inflacionárias - diz o economista.
Para ele, o BC também vai baixar a Selic em 0,5 ponto percentual na reunião de de 11 de julho e a taxa deve chegar a dezembro neste patamar. Rostagno lembra também que esta será a primeira reunião do Copom em que o voto dos membros será divulgado, desde a criação do órgão, em 1996.
A mudança ocorre por conta da nova Lei de Acesso à Informação.
Em relatórios, os dois maiores bancos privados do país, Itaú Unibanco e Bradesco, também avaliam que a Selic será reduzida em 0,5 ponto percentual. Para o economista do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octávio de Barros, "mesmo com as incertezas do cenário externo mantendo-se no radar, o BC deverá ressaltar a parcimônia em suas próximas ações e optará por um corte da taxa Selic em 0,5 ponto percentual".
De acordo com o economista, o desempenho do PIB do primeiro trimestre, a ser divulgado na na sexta-feira, deverá mostrar um crescimento de apenas 0,5% na comparação com o quarto trimestre do ano passado.
"Ao se analisar o desempenho do PIB, segundo nossa expectativa, os destaques negativos serão a queda nos investimentos (potencializada pela redução na produção de caminhões) e na agropecuária (por causa de problemas climáticos). O consumo das famílias, por sua vez, deverá registrar leve aceleração, infuenciado pela retomada dos ganhos salariais no período", avalia Octávio de Barros.
O economista Márcio Cardoso, sócio da Corretora Título, também aposta numa redução de 0,5 ponto percentual.
- O governo está fazendo um esforço sobre-humano para estimular o crescimento da economia. Enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) enxergar que há espaço para cortes, ele vai fazê-lo - diz o economista.
Para Cardoso, se na Europa forem aprovados os eurobonds, títulos comuns a todos os países do euro e a eleição na Grécia for bem sucedida, em junho, com um candidato que defenda a permanência do país na zona do euro, abre-se espaço para que o Copom faça um movimento até mais forte de redução na reunião de julho.
O Globo
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