Neste momento, a comissão julga a convocação do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiróz (PT-DF), e logo na sequência de Sérgio Cabral (PMDB-RJ).
O presidente da CPI do Cachoeira Vital do Rêgo (PMDB-PB) anunciou logo pela manhã que, após análise da assessoria técnica, a comissão poderia investigar governadores e convocá-los para depor.
O anúncio ocorre um dia depois da CPI ter adiado a votação do pedido de convocação dols chefes de governo citados em interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal ou ligados ao antigo comando da Delta.
Ainda na sessão desta quarta-feira, a CPI aprovou por unanimidade, na sessão desta quarta-feira, a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico - incluindo as mensagens de celular e conversas de voz pela internet - do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), desde 1 de janeiro de 2002.
Também foram aprovados pedidos de remessa de relatório do Coaf sobre movimentações financeiras atípicas de Carlinhos Cachoeira e de Demóstenes. Além disso, a comissão aprovou as quebras de sigilo de empresas que, segundo a Polícia Federal, seriam utilizadas no esquema de Cachoeira.
São 19 empresas que tiveram o sigilo quebrado. Porém, a votação da quebra do sigilo telefônico de Perillo foi adiada.
A comissão também aprovou o adiamento da votação dos requerimentos que pedem a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico dos deputados Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), Sandes Junior (PP-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ).
Sobre a possibilidade de convocação dos governadores, Vital do Rêgo afirmou:
- Há que se afastar o argumento do autor da questão de ordem. O Congresso Nacional, qualquer de suas casas, no exercício de sua função, tem jurisdição em todo o território nacional. A convocação de governadores de estados não viola o princípio federativo. Deve-se ter em conta o caso concreto, não trata dos atos de gestão, mas sob suposto envolvimento com atividades sob investigação. Forte nas minhas convicções pessoais, indefiro a questão de ordem formulada - afirmou, se referindo ao questionamento de que chefes do Executivo não poderiam ser convocados para depor.
Vital do Rêgo negou que tenha ocorrido qualquer acordo para impedir a investigação de governadores:
- Fomos alvo de especulações e aleivosias. Essa presidência não fez acordos porque esta presidência faz acordos em plenário.
Nesta quarta-feira, o depoimento de seis pessoas envolvidas no esquema do contraventor estava marcado para ocorrer, mas nenhum deles falou. O ex-diretor regional da Delta no Centro-Oeste Cláudio Abreu se recusou a falar, assim como Gleyb Ferreira da Cruz, apontado como laranja de empreendimentos de Cachoeira.
Depois de saírem em silêncio da CPI, Lenine Araújo de Souza, tido pela Policia Federal como um dos principais auxiliares de Carlinhos Cachoeira, foi convocado e resolveu falar, mas durante pouco tempo.
Ele disse que não se considera braço-direito do contraventor e que está disposto a colaborar com a CPI, depois de prestar depoimento no inquérito que corre na Justiça Federal de Goiânia. A instrução do processo ocorre entre quinta e sexta-feira. Lenine afirmou que não é sócio das empresas citadas no inquérito da Operação Monte Carlo.
- Queria deixar bem claro que estou disposto a colaborar depois dos meus atos de defesa (no processo judicial). Respondo inquérito na Vara da justiça de Goiânia. Eu queria dentro da medida do possível colaborar com os senhores e, inclusive, esclarecer alguns pontos sobre a minha pessoa. Que eu vejo que estão cometendo certas injustiças com a minha pessoa. (...) Tive vida empresarial ao longo da minha vida, tive empresas, sou administrador de empresas formado. Administro meus imóveis. Não sou sócio de nenhuma empresa que está ligada a esses fatos todos. Não me considero braço-direito do senhor Carlos. Me sinto injustiçado. Os meus bens estão declarados.
José Olímpio de Queiroga Neto, apontado como um dos gerentes da organização investigada; Lenine Araújo de Souza; e Rodrigo Moral Dall Agnol, contador da empresa Delta, também conseguiram liminares na Justiça.
O único convocado da reunião de quarta-feira que não recorreu ao Judiciário foi o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Eduardo Rincón, que apresentou o atestado médico.
O Globo
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