A proximidade das eleições de outubro e o vazamento de óleo no Golfo do México serão fatores de risco para a capitalização da Petrobras, prevista para setembro.
Essa é a avaliação de agentes envolvidos diretamente no processo, que advertem sobre a existência de diversas incertezas técnicas e políticas em torno de uma das maiores e mais complexas operações de aumento de capital do planeta.
Diante desse cenário, os investidores privados, nacionais e estrangeiros, que somam 60,3% do capital total da companhia - os 39,7% restantes são da União e do BNDESPar -, tendem a forçar um valor menor pelo preço das ações para poderem entrar na capitalização.
Para os estrategistas do governo, o risco eleitoral é considerado grande, pois o processo ocorrerá em setembro deste ano, no auge do debate político. Segundo fontes do mercado, haverá pouco tempo para vender aos investidores a capitalização.
Até 20 de agosto, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) deve encerrar a avaliação dos barris em áreas do pré-sal a serem cedidas à estatal pela União, sistema denominado cessão onerosa.
Esse valor será confrontado com o verificado pela empresa contratada pela Petrobras para fazer a mesma avaliação. A data final para assinatura do contrato é 31 de agosto.
Cresce também a preocupação com o acidente no Golfo do México, diante das dificuldades que a britânica BP teve para conter o vazamento por quase três meses. Segundo os analistas, esse fator exigirá esforço da Petrobras para convencer os investidores de que a operação no pré-sal é segura.
Segundo analistas, o vazamento da BP, ao lado de incertezas sobre o crescimento mundial, provocaram um tombo de US$279,1 bilhões no valor de mercado das dez maiores empresas de petróleo no mundo, segundo dados da Bloomberg, um recuo de 15,2% até ontem.
Agência O Globo/ Gustavo Paul e Patrícia Duarte
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