O adiamento da capitalização da Petrobrás de julho para setembro pode custar à estatal a perda do grau de investimento em pelo menos uma das três principais agências que avaliam o indicador.
A companhia possui certa "folga" nas classificações da Standard & Poor’s e Moody’s, mas está perto do limite na avaliação da Fitch.
Quarta-feira, a estatal anunciou acordo para tomar US$ 1 bilhão em financiamento norueguês.
O crédito será dividido em duas parcelas – uma de US$ 300 milhões, atrelada a encomendas já existentes, e os demais US$ 700 milhões condicionados a próximas contratações.
Segundo seus cálculos, a Petrobrás deverá anunciar no balanço do  segundo trimestre de 2010 um volume de investimentos maior do que a  geração de caixa no período a exemplo do que já ocorreu no primeiro  trimestre, quando gerou R$ 15 bilhões e investiu R$ 17 bilhões. 
Tradicionalmente, lembra o analista, a companhia eleva seus investimentos no segundo e terceiro trimestres, que possuem um maior número de dias úteis, sem aumento de caixa equivalente.
Perda de valorAs incertezas sobre a capitalização vêm provocando grandes estragos  nas ações da Petrobrás. 
Cálculo da consultoria Economática, a pedido do Estado,  aponta que, desde o início do ano, o valor de mercado da estatal caiu  R$ 70,8 bilhões, o equivalente ao valor do Banco do Brasil, de R$ 72,5  bilhões. 
Segundo a Economática, a Petrobrás atingiu, em 22 de junho, o valor de R$ 276,3 bilhões na Bovespa, ante R$ 347,1 bilhões em 31 de dezembro do ano passado.
A queda, de 20%, tem relação direta com a capitalização, segundo  analistas.
"Agora vão ser mais dois meses de ações à deriva", reclamou o  economista-chefe da Modal Asset, Eduardo Roche.
Na quarta, as ações  preferenciais da estatal caíram 2,10%. 
COLABOROU MÔNICA CIARELLI


 
 
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