"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 30, 2010

"ELA" ZERAR IMPOSTOS QUE "ELE" AUMENTOU.

http://3.bp.blogspot.com/_7S_NWH_QEaM/SnLILkhMfeI/AAAAAAAABgQ/FRmGOYX-G6A/s320/fraude1.gif
Agencia o Globo
Embora se apresente como candidata da continuidade, a ex-ministra Dilma Rousseff agora propõe mudanças no sistema tributário que destoam do histórico do governo Lula.
Em entrevista ao programa Roda Viva, anteontem, a petista se comprometeu a zerar impostos sobre os investimentos no país.

Mas, conforme especialistas, a carga sobre o setor produtivo aumentou desde 2003. Para eles, as propostas de desoneração são de difícil execução.

O coordenador de Estudos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Gilberto Luiz do Amaral, diz que alguns dos principais tributos sobre os investimentos, como o PIS e a Cofins, subiram em média 20% no primeiro mandato de Lula.
Na visão dele, as desonerações que vieram depois, amplamente propagandeadas pelo governo, atenderam a segmentos específicos da economia, com forte lobby sobre o Planalto.

A grande crítica que fazemos é essa: quando aumenta, a carga tributária aumenta para todos. Mas os benefícios são pontuais. Quem é amigo do governo, recebe; quem não é, não recebe — afirma Amaral.

Segundo ele, de maneira geral a carga tributária no país, que em 2002 estava a 32,65% do Produto Interno Bruto (PIB), saltou para 34,8% em 2009 e deve chegar a 36,5% no fim do ano. A evolução impactou a indústria, o agronegócio e outras importantes forças do desenvolvimento nacional.

Esses segmentos acabaram transferindo a conta para o consumidor — constata Amaral.

Proposta já consta na reforma parada no Congresso Nos cálculos do IBPT, se Lula tivesse zerado, por exemplo, a alíquota do PIS e da Cofins, além do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de máquinas, equipamentos e bens usados em reformas, a arrecadação caíria em torno de R$ 15 bilhões anuais, frente a uma receita que, este ano, deve ser de R$ 750 bilhões a R$ 800 bilhões.

Deve-se levar em conta que a desoneração acaba dando retorno rápido em arrecadação, pois gera produção e empregos num prazo menor — explica.

Durante a entrevista, a candidata do PT afirmou que tributar investimentos é contra o país.

Estou me comprometendo com uma redução (de impostos) para zero prometeu.

Segundo Amaral, no governo Lula não houve avanços quanto às tarifas de energia. E a proposta de Dilma de uniformizar o ICMS, um imposto estadual, já consta da reforma tributária empacada no Congresso.

— Depende mais da adesão dos estados e dos parlamentares que da União. O governo federal pode fazer pouco quanto a isso — argumenta.

Professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Francisco Barone diz que as propostas da petista não condizem com o histórico de arrecadação do atual governo.

Para ele, a desoneração é necessária, embora de difícil execução. Isso porque o governo tende a compensar perdas de receita onerando outros setores da economia.

Por trás dos investimentos, há toda uma cadeia de tributos que sustenta o Orçamento. Se você tira de um lado, tem de repor de outro comenta, dizendo que, sem mais detalhes do projeto, fica difícil mensurar os reais impactos na receita:

Eles podem chegar a R$ 150 bilhões anuais, mas isso depende das etapas e dos tipos de investimento que serão desonerados.

Nenhum comentário: