A promessa alardeada por dirigentes partidários e parlamentares de adotar, já nas eleições deste ano, regras de veto do projeto Ficha Limpa vai esbarrar em dificuldades.
Todos se adiantam em dizer que as regras serão adotadas, mas a referência a casos concretos de políticos condenados recentemente, como é o caso de governadores cassados, derruba a anunciada boa intenção dos partidos.
Abordados sobre casos em seus partidos, dirigentes dizem que talvez o caso de seu correligionário não se enquadre na nova regra.
Perguntados sobre o ex-governador tucano Cássio Cunha Lima (PB), cassado pelo TSE e que concorre ao Senado, os tucanos argumentam que é preciso ver a sentença de condenação.
Politicamente, seria complicado negar a legenda ao tucano, mas o líder da bancada na Câmara, João Almeida (BA), afirma que a decisão do PSDB de adotar regras do Ficha Limpa será adotada, doa a quem doer:
- No caso do Cássio, é preciso ver a sentença, e não tenho como responder agora. Mas, se a resolução for baixada, tem que valer para todos.
No PDT, parlamentares reagem quando questionados sobre o que farão com Jackson Lago (MA), cassado pelo TSE:
- Jackson é caso de perseguição política, não é delinquência. É absolutamente diferente. É vítima - diz o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).
Para os petistas, as regras não se aplicam ao deputado Paulo Rocha (PA), que renunciou na época do mensalão.
- Não pode ter efeito retroativo - afirmou o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP).
Há dúvidas quanto à abrangência do Ficha Limpa e se as regras valeriam para fatos já ocorridos ou só para casos novos.
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