
Por qualquer critério isento que se examinem os números da execução do  Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) apresentados na quinta-feira  pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff ? sua principal  gestora, batizada pelo presidente Lula como "mãe do PAC" ?, a conclusão é  decepcionante. 
Sua execução é lenta, o que torna muito duvidoso que  seja concluído no prazo previsto. 
A utilização de certos indicadores  mascara seu baixo nível de execução. 
Seus principais resultados são frutos de programas e projetos de empresas estatais e privadas que seriam executados com ou sem ele.
Seus principais resultados são frutos de programas e projetos de empresas estatais e privadas que seriam executados com ou sem ele.
A necessária melhora na qualidade do  gastos do governo, que deveria ser um de seus principais efeitos sobre a  gestão financeira do setor público, não ocorreu até agora e não deverá  ocorrer no último ano de sua vigência.
O PAC é um fracasso que,  mesmo assim, a ministra-candidata transformou, com o entusiasmado apoio  de seu mentor político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na  principal peça de propaganda de sua campanha eleitoral lançada antes do  prazo previsto pela legislação. 
Ao longo deste ano, seguramente muito  será dito pelo governo sobre esse programa, mas o eleitor precisará  estar atento para não ser enganado.
A ministra anunciou que, do  total de R$ 638 bilhões em investimentos no período 2007-2010 previstos  no PAC, R$ 403,8 bilhões, ou 63,3%, tinham sido aplicados até o fim do  ano passado. 
É um dado enganoso. 
Se se considerar apenas as ações  efetivamente concluídas, o resultado é bem menos animador. 
Em 36 meses de execução do PAC, nas obras encerradas foram aplicados R$ 256,9 bilhões, ou seja, 40,3% do total.
Em 36 meses de execução do PAC, nas obras encerradas foram aplicados R$ 256,9 bilhões, ou seja, 40,3% do total.
Isso significa que, por ano, o governo executou, em média, 13,4% do total. Para concluir o PAC no prazo, teria de executar 60% neste ano de 2010, ou seja, teria de multiplicar por 4,5 o ritmo da execução do programa.
Mesmo que, como assegura a ministra, o governo tenha aprendido a gerir melhor o programa, não parece crível que consiga elevar tanto assim o ritmo, pois isso exigiria da atual gestão uma competência que ela nunca mostrou ter.

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