"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 18, 2013

Protestos ofuscam jogos, chocam Fifa e chegam à seleção. Manifestações pelo país - que têm no custo elevado das obras ligadas à Copa um de seus alvos - preocupam organizadores, mas são apoiadas pelos atletas

Na véspera do segundo jogo da seleção brasileira pela Copa das Confederações, não se falou de futebol nos eventos oficiais da Fifa e da CBF no país. As manifestações populares que se espalharam por várias cidades na segunda-feira deixaram os preparativos para o duelo entre Brasil e México, em Fortaleza, na quarta, em segundo plano.

Publicamente, o discurso da Fifa, da CBF, do Comitê Organizador Local (COL) e do Ministério do Esporte é de respeito ao direito de protestar, desde que sem violência. Reservadamente, contudo, os cartolas e autoridades vivem momentos de extrema apreensão - principalmente diante da promessa de uma grande manifestação pelas ruas da capital cearense na manhã de quarta, com previsão de trajeto até a Arena Castelão. Mesmo que os manifestantes não consigam chegar aos arredores do estádio - a área terá acesso restrito no dia do jogo -, o movimento que explodiu na segunda deverá repercutir dentro do Castelão.

Muitos torcedores se organizam pelas redes sociais e já combinam formas de usar a partida para dar ainda mais impacto às reivindicações. Fala-se, por exemplo, no uso de roupas pretas no lugar das camisas da seleção - ou na intenção de cantar o hino brasileiro na íntegra, em sinal de oposição à organização do torneio, que executou só uma parte dele na abertura.


Nos bastidores, a Fifa se mostra assustada e alarmada com as manifestações, principalmente aquelas ocorridas nos dias de jogos, no entorno dos estádios. 

Na segunda, Blatter já tinha criticado os protestos, dizendo que os participantes estão pegando carona na importância do evento. "Eu sei um pouco sobre os protestos que acontecem aqui. 

As pessoas estão usando o futebol como plataforma e aproveitando a presença da imprensa estrangeira para fazer certas demonstrações." Em seguida, fez uma previsão desastrada: 
"Vocês vão ver que hoje, que é o terceiro dia de competição, isso vai se acalmar. Vai ser uma competição maravilhosa", apostou, horas antes da realização dos maiores atos públicos ocorridos no país em mais de duas décadas. 

Se a torcida resolver aproveitar a partida de quarta para se manifestar contra as autoridades, a Fifa ficará em situação delicada. 

Um comentário:

Anônimo disse...

O ex-presidente Lula, como se sabe, fala pelos cotovelos sobre tudo, em todos os lugares em que consegue juntar uma audiência. Agora, com milhares de brasileiros protestando nas ruas, está quietinho.
Onde está Lula?
Ele se gabava como o campeão das negociações, tentou até mediar a PAZ no Oriente Médio, mas agora não tem coragem de mostrar as caras em seu próprio país.