No mês de janeiro, a diferença entre as importações e as exportações foi negativa em US$ 4,035 bilhões
A balança comercial brasileira registrou em janeiro o pior saldo mensal em 20 anos. O resultado - diferença entre exportações e importações - ficou saldo negativo de US$ 4,035 bilhões. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), no período, as exportações somaram US$ 15,968 bilhões e as importações, US$ 20,003 bilhões.
As compras internacionais foram recordes para meses de janeiro.
Na quarta semana, o déficit foi de US$ 1,058 bilhão, com exportações de US$ 3,556 bilhões e importações de US$ 4,614 bilhões. Na quinta semana de janeiro, o saldo também foi negativo, em US$ 276 milhões.
As vendas externas somaram US$ 2,919 bilhões e as importações, US$ 3,195 bilhões.
A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, disse que o déficit comercial em janeiro é "importante" e "expressivo" em termos absolutos, já que é o pior resultado mensal da série histórica iniciada em 1993.
No entanto, destacou que, em termos relativos representa uma queda em relação a outros déficits mensais.
"Este déficit é expressivo, mas este número absoluto precisa ser contextualizado quando se analisa o comércio exterior no seu conjunto. O comércio exterior brasileiro cresceu muito nos últimos anos", afirmou.
Tatiana destacou que o déficit de janeiro representa 25,3% do valor exportado no mês. O último pior déficit havia sido em dezembro de 1996, de US$ 1,787 bilhão. Este valor, no entanto, representava 47,2% das vendas externas naquele mês.
"Em dezembro de 1996, o déficit representava metade de tudo que o Brasil exportou. O de janeiro representa um quarto do que o Brasil exportou no mês", ressaltou.
Exportações
A média diária das exportações no primeiro mês do ano foi de US$ 725,8 milhões, segundo maior resultado para meses de janeiro. No entanto, tiveram uma redução de 1,1%, em comparação a igual período do ano passado. O resultado foi favorecido pelas exportações de semimanufaturados, que atingiram o valor recorde de US$ 2,668 bilhões, um crescimento de 6,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já a vendas externas de manufaturados no mês passado somaram US$ 6,261 bilhões, com alta de 1%.
Por outro lado, os produtos básicos explicam a queda das exportações em janeiro. Eles totalizaram US$ 6,546 bilhões, um recuo de 5,9% em relação a janeiro de 2012. As principais quedas foram de petróleo em bruto, café em grão, farelo de soja, fumo em folhas, carne de frango e minério de cobre.
Nos manufaturados, cresceram, principalmente, os embarques de etanol, suco de laranja congelado, açúcar refinado e automóveis de passageiros. Nos semimanufaturados, a alta foi puxada por ferro fundido, açúcar em bruto, alumínio em bruto, catodos de cobre e couros e pele.
Importações
As importações tiveram média diária de US$ 909,2 milhões em janeiro, alta de 14,6% em relação a igual mês de 2012. Bens de capital (máquinas) foram responsáveis pelo aumento de 14,6% na comparação com o mesmo mês de 2012. As importações de matérias-primas e intermediários aumentaram 7,9% e de combustíveis e lubrificantes, 55,7%. As importações de bens de consumo, por outro lado, tiveram queda de 2,1% em janeiro na comparação com o mesmo período de 2012.
No período, a corrente de comércio alcançou a cifra recorde para meses de janeiro, de US$ 35,971 bilhões, aumento de 7,1%, pela média diária (US$ 1,635 bilhão), em relação a janeiro de 2012.
Renata Veríssimo, da Agência Estado
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