Duas notícias da semana passada dão um alento e são motivo para otimismo neste Brasil com tantos problemas a enfrentar.
A primeira foi a histórica sentença de prisão contra o ex-ministro José Dirceu, condenado por formação de quadrilha e corrupção ativa no processo do mensalão.
A segunda foi a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da lei que obriga as empresas a discriminar nas notas fiscais os impostos pagos pelo consumidor ao governo na compra de produtos e serviços.
Nós, brasileiros, estamos acostumados ao palavrório difuso e repetitivo dos políticos sobre impunidade, corrupção, carga tributária, competitividade, produtividade e um sem-número de outros termos que, ainda que estejam em voga no léxico nacional, pouco - se algo - têm a dizer ao cidadão comum.
Nós, brasileiros, estamos acostumados ao palavrório difuso e repetitivo dos políticos sobre impunidade, corrupção, carga tributária, competitividade, produtividade e um sem-número de outros termos que, ainda que estejam em voga no léxico nacional, pouco - se algo - têm a dizer ao cidadão comum.
Os dois fatos da semana passada foram momentos em que se passou da palavra a atos concretos, que qualquer um é capaz de entender.
De tão raros no Brasil, esses momentos se tornam símbolos.
No primeiro caso, trata-se de uma sentença de prisão. Um condenado por corrupção vai para a cadeia. Fato histórico que representa um símbolo no nosso combate incessante por menos corrupção e menos impunidade.
No segundo caso, trata-se de um registro numérico. Uma nota fiscal mostrará quanto pagamos de imposto. É um dado tangível que também será um símbolo no nosso combate por uma carga tributária mais justa e mais transparente.
A diferença entre os atos concretos e as palavras abstratas é que, por trazer consequências no dia a dia, os atos têm uma interferência maior na realidade e na forma como nos percebemos.
O Brasil será um país diferente depois que o outrora segundo homem mais poderoso do país for preso, condenado por corrupção.
Também será um país diferente depois que todos souberem, a cada gasto, quanto de seu dinheiro sustenta um Estado perdulário e ineficiente para prestar serviços públicos de qualidade, como saúde, educação e segurança.
Atos como esses, que se transformam em símbolos, só podem ser resultado de transformações reais, não de palavras vazias.
Epoca
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