"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

novembro 21, 2012

AÊ, GERENTONA DO brasil E "MINISTRO" DA justiça ! MAIS AÇÃO E TRABALHO E MENOS "PULITICA" : Em Salvador, número de homicídios aumentou cinco vezes em dez anos


Cidade que registrou 25 homicídios em apenas 72 horas no último fim de semana, de acordo com levantamento feito pelo GLOBO, Salvador vive há mais de dez anos uma explosão nos números de violência. Segundo o Mapa da Violência, do Instituto Sangari, em 2000, a capital baiana estava entre as três capitais com menores taxas de homicídios do país.

Naquele ano, Salvador registrou 12,9 homicídios por cem mil habitantes. Em 2010, Salvador registrava 69 homicídios por cem mil habitantes, um aumento de cinco vezes, pulando para a quarta colocação no ranking das capitais mais violentas, atrás apenas de Maceió, João Pessoa e Vitória.

Hoje, Salvador tem a taxa de homicídios de 61 por cem mil habitantes, cinco vezes mais do que estabelece as Organizações das Nações Unidas (ONU) como suportável para grandes cidades: 
de 12 por 100 mil.

Para o sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, organizador do Mapa da Violência, alguns fatores somados explicam o acirramento da violência baiana. O principal, segundo ele, diz respeito a uma disseminação da violência por todo o país:

Nos estados com as capitais mais violentas, como era o caso de São Paulo e Rio de Janeiro, aumentaram, e muito, os investimentos em segurança pública. Ao mesmo tempo, o país passou por uma fase de desconcentração econômica, com a chegada de polos industriais em áreas do interior do Brasil e do Nordeste.

Combinados, esses dois fenômenos, afirma o sociólogo, promoveram uma migração do crime para localidades que não estavam preparadas para enfrentar essa criminalidade.

Isso aconteceu muito no Nordeste. O aparelho policial não estava pronto para aquele tipo de criminalidade explica o especialista.

De acordo com Jacobo, esse aumento nos indicadores de violência de estados até então mais pacíficos, foi um fenômeno nacional, mas ocorreu com força especial em Alagoas e na Bahia.

Para o professor Eduardo Paes Machado, especialista em Sociologia do Crime, Vitimização, Violência Relacionada ao Trabalho e Segurança Pública da Universidade Federal da Bahia, a perda da autoridade do estado no setor de segurança pública é uma das causas do aumento da violência.

O crescimento da criminalidade se deve à ineficácia do sistema de contenção da violência. O modelo de combate está falido. Tem que haver uma nova engenharia jurídico-policial para acabar com essa espiral de violência. A política de retaliação não funciona mais. Antes, o aumento de contingente policial nas ruas bastava para reduzir a onda de violência. Hoje, não. O que vemos é o estado se igualando aos bandidos, partindo para a retaliação.

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