"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 06, 2012

VENDEDOR DO BRASIL? AINDA NA BERLINDA ! Empresas de Eike perdem R$ 15 bi na Bolsa este ano.

O tombo dos preços das commodities pelo mundo e a saída de investidores estrangeiros do país deram um duro golpe nas empresas do bilionário Eike Batista, oitavo homem mais rico do mundo, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Levantamento do GLOBO na base de dados da Economatica mostra que as cinco empresas do Grupo EBX perderam somadas R$ 15 bilhões em valor de mercado neste ano. O total das cinco empresas recuou de R$ 61,6 bilhões para R$ 46,6 bilhões no período.

Para efeitos de comparação, as perdas equivalem ao tamanho da Oi, uma das maiores empresas de telefonia fixa da América do Sul, que vale atualmente cerca de R$ 14 bilhões na Bolsa.


O tombo foi liderado pela OGX Petróleo, que perdeu R$ 14,3 bilhões em valor de mercado este ano. As ações ordinárias (ON, com voto) da companhia valiam R$ 9,19 no fechamento do mercado na terça-feira, queda de 38,28% no ano.

O papel vale menos do que custou ao investidor na Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) da empresa, em junho de 2008 (R$ 11,31).


O mercado está claramente desconfiado com a OGX. O papel chegou a cair 8% em um único pregão após a empresa ter mudado seu cronograma de produção de petróleo disse um operador do mercado.

Também recuaram fortemente neste ano o valor de mercado da LLX Logística (perda R$ 894,9 milhões), MPX Energia (queda de R$ 869,3 milhões) e MMX Mineração (baixa de R$ 440 milhões). O tombo foi parcialmente compensado pela valorização da OSX Estaleiro (R$ 415,2 milhões) e PortX Operações Portuárias (R$ 1 bilhão).

Segundo analistas, as empresas "X" - como são conhecidas as companhias por levarem a letra em seu nome - sofrem nas crises porque, além de relacionadas a setores de commodities, que estão em queda, são basicamente pré-operacionais.

Nas crises, investidores procuram ações que distribuem bons dividendos (parcela dos lucros paga aos investidores). E as empresas "X" devem começar a pagar dividendos somente em 2015.


As fortes perdas do mercado não foram, no entanto, exclusividade do bilionário. Dados levantados na Economatica mostram que outras ações recuaram mais, como Usiminas (-51,81%),
Gafisa (-47,09%),
B2W Varejo (-43,89%),
PDG Realy (-43,64%)
e Rossi Residencial (-40,39%).
Essas são as seis ações do Ibovespa, principal índice da Bolsa, que mais recuaram.
A LLX é a sétima.


Mais de uma vez, Eike Batista declarou que a desvalorização das ações não tiram seu sono. Recentemente, durante evento no Rio, Eike disse que suas empresas são "à prova de idiota". E reclamou que os investidores são apressados em querer retorno rápido demais.
"O Facebook levou oito anos (para remunerar seus investidores)", disse o bilionário.


Os números não consideram as ações da CCX da Colômbia, empresa do Grupo EBX que começou a ser negociada na Bolsa em 25 de maio. Essa empresa vale atualmente R$ 915 milhões. Quando foi lançada, o valor de mercado era de R$ 1,447 bilhão.

O Globo

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