O governo brasileiro deve adotar em breve novas medidas de estímulo à economia. Mas o alvo já não é 2012. A maior preocupação do Palácio do Planalto é com o crescimento dos próximos dois anos. A ordem da presidente Dilma Rousseff é turbinar a economia de modo que inicie 2013 a pleno vapor.
A avaliação do Executivo é que as condições para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano já estão dadas e não há mais o que fazer para impulsioná-lo além do crescimento de 2011, que ficou em 2,7%.
Ontem, a presidente Dilma disse que o governo tem um "arsenal de providências" para que o país continue a crescer:
- Sistematicamente, tomaremos medidas para expandir o investimento público, estimular o investimento privado e o consumo das famílias. O Brasil vai se manter no rumo. Temos um arsenal de providências que serão adotadas quando necessário. Não permitiremos a destruição de nenhuma de nossas conquistas sociais, ambientais e econômicas.
No início do ano, a presidente chegou a cobrar da equipe do ministro da Fazenda, Guido Mantega, uma expansão de 4,5% para o PIB em 2012, mas a deterioração do cenário internacional e a dificuldade de a economia brasileira engrenar com mais vigor no primeiro trimestre levaram o governo a desistir desse objetivo. O que se quer agora é garantir que a velocidade da economia neste ano e no próximo tenha um ponto de partida mais robusto.
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, confirmou ontem, em audiência na Comissão Mista de Orçamento, os planos do governo. Disse que mais medidas para incentivar o crescimento, como desoneração na conta de energia elétrica e mudanças no PIS e na Cofins, estão em estudo. Tombini afirmou que a economia deve aumentar o ritmo no segundo semestre por causa do consumo dos brasileiros, que segue em alta, e dos sucessivos cortes de juros.
- As reformas aumentarão a competitividade da economia brasileira - destacou.
Segundo o presidente do BC, as pessoas físicas já começaram a sentir no bolso o custo financeiro mais leve na hora de pegar empréstimos, por conta da queda dos juros, e que esse peso continuará a diminuir. Ele espera que o alívio no orçamento das famílias incentive a redução da inadimplência. A expectativa da autoridade monetária é que o nível do calote já tenha atingido o máximo no mês passado, quando subiu de 7,4% para 7,6%.
"Quem aposta na crise vai perder", diz presidente
Tombini evitou especular sobre possíveis desdobramentos da turbulência internacional. Ressaltou que o cenário externo hoje tem um "viés" desinflacionário para o Brasil. Ou seja, a crise lá fora contribui para o controle dos preços no país, o que indica que a autoridade monetária deve continuar a cortar juros.
No discurso que abriu oficialmente os debates da Rio+20, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff avisou que sairá perdendo quem continuar a apostar na crise:
- Quem aposta na crise, como alguns quatro anos atrás, vai perder de novo. Vamos continuar crescendo, incluindo, protegendo e preservando o meio ambiente - disse.
O país está mais maduro para enfrentar a "segunda onda" da crise financeira mundial, na visão da presidente:
- O que todos esperamos é que a crise mundial gerada pelo excesso de ganância, pela falta de controle sobre os mercados, não seja pretexto para uma vitória do excesso, da ganância e da falta de controle sobre os recursos naturais. Agora vivenciamos a segunda onda dessa crise internacional, e nós, podem ter certeza, saberemos enfrentar essa experiência com mais sabedoria ainda e melhores instrumentos.
Em um recado indireto, principalmente aos dirigentes da União Europeia, Dilma fez um apelo para que os países não usem a crise financeira internacional como desculpa para interromper medidas ambientais e de inclusão social.
Essas conquistas não serão abaladas no caso do Brasil, assegurou a presidente:
- Nenhuma de nossas conquistas permitiremos que seja destruída ou derrotada. Por maiores que sejam os efeitos, não vamos abrir mão da sustentabilidade.
Vivian Oswald/Eliane Oliveira/O Globo
A avaliação do Executivo é que as condições para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano já estão dadas e não há mais o que fazer para impulsioná-lo além do crescimento de 2011, que ficou em 2,7%.
Ontem, a presidente Dilma disse que o governo tem um "arsenal de providências" para que o país continue a crescer:
- Sistematicamente, tomaremos medidas para expandir o investimento público, estimular o investimento privado e o consumo das famílias. O Brasil vai se manter no rumo. Temos um arsenal de providências que serão adotadas quando necessário. Não permitiremos a destruição de nenhuma de nossas conquistas sociais, ambientais e econômicas.
No início do ano, a presidente chegou a cobrar da equipe do ministro da Fazenda, Guido Mantega, uma expansão de 4,5% para o PIB em 2012, mas a deterioração do cenário internacional e a dificuldade de a economia brasileira engrenar com mais vigor no primeiro trimestre levaram o governo a desistir desse objetivo. O que se quer agora é garantir que a velocidade da economia neste ano e no próximo tenha um ponto de partida mais robusto.
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, confirmou ontem, em audiência na Comissão Mista de Orçamento, os planos do governo. Disse que mais medidas para incentivar o crescimento, como desoneração na conta de energia elétrica e mudanças no PIS e na Cofins, estão em estudo. Tombini afirmou que a economia deve aumentar o ritmo no segundo semestre por causa do consumo dos brasileiros, que segue em alta, e dos sucessivos cortes de juros.
- As reformas aumentarão a competitividade da economia brasileira - destacou.
Segundo o presidente do BC, as pessoas físicas já começaram a sentir no bolso o custo financeiro mais leve na hora de pegar empréstimos, por conta da queda dos juros, e que esse peso continuará a diminuir. Ele espera que o alívio no orçamento das famílias incentive a redução da inadimplência. A expectativa da autoridade monetária é que o nível do calote já tenha atingido o máximo no mês passado, quando subiu de 7,4% para 7,6%.
"Quem aposta na crise vai perder", diz presidente
Tombini evitou especular sobre possíveis desdobramentos da turbulência internacional. Ressaltou que o cenário externo hoje tem um "viés" desinflacionário para o Brasil. Ou seja, a crise lá fora contribui para o controle dos preços no país, o que indica que a autoridade monetária deve continuar a cortar juros.
No discurso que abriu oficialmente os debates da Rio+20, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff avisou que sairá perdendo quem continuar a apostar na crise:
- Quem aposta na crise, como alguns quatro anos atrás, vai perder de novo. Vamos continuar crescendo, incluindo, protegendo e preservando o meio ambiente - disse.
O país está mais maduro para enfrentar a "segunda onda" da crise financeira mundial, na visão da presidente:
- O que todos esperamos é que a crise mundial gerada pelo excesso de ganância, pela falta de controle sobre os mercados, não seja pretexto para uma vitória do excesso, da ganância e da falta de controle sobre os recursos naturais. Agora vivenciamos a segunda onda dessa crise internacional, e nós, podem ter certeza, saberemos enfrentar essa experiência com mais sabedoria ainda e melhores instrumentos.
Em um recado indireto, principalmente aos dirigentes da União Europeia, Dilma fez um apelo para que os países não usem a crise financeira internacional como desculpa para interromper medidas ambientais e de inclusão social.
Essas conquistas não serão abaladas no caso do Brasil, assegurou a presidente:
- Nenhuma de nossas conquistas permitiremos que seja destruída ou derrotada. Por maiores que sejam os efeitos, não vamos abrir mão da sustentabilidade.
Vivian Oswald/Eliane Oliveira/O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário