As companhias aéreas brasileiras encerraram 2011 com um prejuízo total em torno de R$ 1,4 bilhão, segundo estimativas divulgadas ontem pelo presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), José Márcio Monsão Mollo.
Cerca de R$ 1 bilhão foi o prejuízo somado de Gol e TAM, as duas únicas empresas nacionais de capital aberto, que divulgam seus resultados financeiros. O cálculo do Snea é que as demais companhias aéreas tenham perdido cerca de R$ 400 milhões no ano passado.
O desempenho ruim é reflexo do aumento de custos, afirmou Mollo, durante seminário sobre transporte aéreo realizado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
O principal vilão foi o querosene de aviação (QAV), que representa cerca de um terço do custo das companhias aéreas. Em 2011, o preço do QAV subiu 33,55% e, neste ano, até maio, a alta acumulada é de 9,19%. O valor é reajustado mensalmente pela Petrobrás.
Mollo aproveitou o evento para criticar a forma como a Petrobrás faz o cálculo, que, segundo ele, faz o querosene brasileiro ser o mais caro do mundo. "Apesar de 80% do querosene de aviação ser produzido pela própria Petrobrás localmente, o preço é estabelecido como se ele fosse 100% importado, incluindo custo de frete e de nacionalização."
Além do preço do combustível, a elevação de 130% nas tarifas aeroportuárias promovida pela Infraero no ano passado também prejudicou o resultado das empresas aéreas. Em janeiro deste ano, as tarifas de comunicação e navegação também foram reajustadas - uma alta de 150%.
SILVANA MAUTONE O Estado de S. Paulo
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