O diretor-financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, não demonstrou muita preocupação com os possíveis impactos da alta do dólar na companhia. Segundo ele, apesar de R$ 76 bilhões da dívida total da empresa, quase 50% estar exposta à variação do câmbio, a estatal também tem muitos ativos em dólar.
Apesar do aumento dos gastos com as importações de derivados, principalmente de gasolina, a Petrobras também está exportando petróleo, o que faz com que acabe também ganhando com a alta do dólar.
Segundo Barbassa, se o câmbio se mantiver em cerca de R$ 2, o impacto na dívida da Petrobras ao fim do segundo trimestre do ano seria da ordem de R$ 0,18 para cada dólar. No terceiro trimestre do ano passado, a valorização do real teve um impacto na distribuição de dividendos.
- O impacto depende muito da volatilidade do câmbio. Desvaloriza o real, temos o efeito negativo; valoriza, temos o positivo. Mas o prazo para pagamento da nossa dívida exposta ao câmbio é de sete anos. Eu reconheço no balanço o efeito que existe é sobre os dividendos, se a taxa de câmbio não retornar aos patamares anteriores - disse o diretor.
Investimentos em exploração e produção
Barbassa também anunciou que a companhia vai aumentar os investimentos em exploração e produção de petróleo no país e tornar mais rigorosas suas metas de execução. As nova metas de produção para os próximos anos constarão no Plano de Negócios 2012/16 que está sendo elaborado pela companhia.
- Na revisão do nosso plano estamos trabalhando na priorização de projetos de exploração e produção e na sua execução, com acompanhamento de perto, para que os projetos sejam entregues no tempo planejado - afirmou Barbassa.
Nos últimos anos, a Petrobras não tem conseguido cumprir suas metas de produção prevista nos seus planos, principalmente por conta de atrasos nas entregas de materiais e equipamentos como sondas.
No plano de negócios em vigor 2011/15, 67% dos investimentos totais da companhia para o período, ou UU$ 224,7 bilhões, foram destinados à exploração e produção. Barbassa não quis adiantar, contudo, se o volume de investimentos totais para o período também aumentará.
- A exploração e produção passa a ser o setor prioritário para a companhia, neste momento. As metas vão ser acompanhadas rigorosamente e pretendemos aquelas que vamos de fato entregar. Antes as metas eram um desafio, o que proporciona uma leitura do mercado que não é muito boa.
Vamos ajustar essa forma de comunicar e concentrar nossos esforços na execução desse projeto - explicou
O Globo
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