Agora é oficial:
o PIB brasileiro despencou em 2011.
Segundo resultado divulgado há pouco pelo IBGE, a economia do país cresceu apenas 2,7% no primeiro ano da gestão Dilma Rousseff.
O Brasil foi uma das nações com pior desempenho entre os emergentes e ficou abaixo até mesmo da Alemanha, sufocada pela crise do euro.
Dilma assumiu prometendo 5%, mas passou longe, muito longe, da meta. O PIB per capita cresceu apenas 1,8% no ano. Em ambos os casos, excetuando-se a recessão registrada em 2009, trata-se da pior marca desde 2003.
Vale lembrar que, em 2010, a expansão da economia brasileira atingira 7,5% e a do PIB per capita, 6,5%.
Mais uma vez, o consumo das famílias puxou os resultados, com alta de 4,1% em 2011. A contribuição do setor externo foi novamente negativa, com as importações crescendo o dobro das exportações. Caíram as taxas de investimento e de poupança, na comparação com 2010.
Entre os fatores que atrapalharam o crescimento brasileiro, está a fraqueza da indústria nacional. O setor fechou 2011 com expansão de apenas 1,6% - tendo registrado queda de 0,5% no último trimestre do ano - e o segmento de transformação simplesmente não cresceu no ano passado. Serviços tiveram alta de 2,7% e a agropecuária, de 3,9% em 2011.
Com a oficialização dos resultados, o Brasil retoma seu lugar entre os países que menos crescem no mundo. Usando como base as previsões da Cepal, apenas El Salvador, com 1,4% de expansão, e Cuba, com 2,5%, serão superados por nós no continente, enquanto Panamá, Argentina e Equador estarão na outra ponta, com crescimento ao redor de 9%.
As perspectivas para este e o próximo anos não são nada animadoras. Segundo a Unctad, tomando por base a média registrada entre 2005 e 2008, o Brasil acumularia crescimento de 18,1% até 2013.
É muito pouco perto dos 30,5% estimados para as economias emergentes como um todo.
Em dezembro passado, a equipe econômica de Dilma alardeava uma previsão de crescimento de 5% para 2012. Mas já se dará por contente se o percentual chegar a 4%, o que parece improvável.
A média das previsões de mercado, aferidas pelo Boletim Focus do Banco Central, está em 3,3%. Desde janeiro, o FMI, por exemplo, já trabalha com prognóstico de 3%.
De olho nisso, o governo estaria preparando "medidas para tentar impulsionar o PIB", segundo a Folha de S.Paulo . Entre elas, estariam desonerações de alguns setores e redução de impostos. O problema é que, nas vezes que tentou isso, o governo errou a mão.
Como aconteceu, por exemplo, com a desoneração da folha de pagamentos do setor de tecnologia da informação, incluído entre os "beneficiados" pelo plano Brasil Maior.
Feitas as contas, os empresários do setor - principalmente aqueles com poucos empregados e faturamento elevado - viram que iriam pagar mais contribuição previdenciária e não menos.
A barbeiragem se repetiu com a "ordem" dada pela presidente para que os investimentos públicos fossem acelerados neste ano.
Em janeiro, isso foi tudo o que não se viu:
o Tesouro produziu um megasuperávit fiscal anabolizado por uma expressiva redução de 17,4% nos investimentos.
Entre as dificuldades vindouras, certamente estará a de aumentar as exportações e atenuar a contribuição negativa do setor externo sobre as contas nacionais.
Com a anunciada disposição da China de frear a expansão da sua economia, o Brasil deve vender menos commodities, principalmente minério de ferro - cuja cotação no mercado internacional já caiu 29% desde setembro.
O resultado do PIB de 2011 indica que foram bem sucedidas as medidas monetárias e financeiras para esfriar a economia e domar a inflação, que escalara desde o último ano da gestão Lula.
A dose, porém, parece ter sido letal e agora ameaça deixar o país na UTI por mais tempo que o esperado. Não se enxerga nas medidas tomadas pelo governo Dilma Rousseff alguma saída à vista.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
O Pibinho
o PIB brasileiro despencou em 2011.
Segundo resultado divulgado há pouco pelo IBGE, a economia do país cresceu apenas 2,7% no primeiro ano da gestão Dilma Rousseff.
O Brasil foi uma das nações com pior desempenho entre os emergentes e ficou abaixo até mesmo da Alemanha, sufocada pela crise do euro.
Dilma assumiu prometendo 5%, mas passou longe, muito longe, da meta. O PIB per capita cresceu apenas 1,8% no ano. Em ambos os casos, excetuando-se a recessão registrada em 2009, trata-se da pior marca desde 2003.
Vale lembrar que, em 2010, a expansão da economia brasileira atingira 7,5% e a do PIB per capita, 6,5%.
Mais uma vez, o consumo das famílias puxou os resultados, com alta de 4,1% em 2011. A contribuição do setor externo foi novamente negativa, com as importações crescendo o dobro das exportações. Caíram as taxas de investimento e de poupança, na comparação com 2010.
Entre os fatores que atrapalharam o crescimento brasileiro, está a fraqueza da indústria nacional. O setor fechou 2011 com expansão de apenas 1,6% - tendo registrado queda de 0,5% no último trimestre do ano - e o segmento de transformação simplesmente não cresceu no ano passado. Serviços tiveram alta de 2,7% e a agropecuária, de 3,9% em 2011.
Com a oficialização dos resultados, o Brasil retoma seu lugar entre os países que menos crescem no mundo. Usando como base as previsões da Cepal, apenas El Salvador, com 1,4% de expansão, e Cuba, com 2,5%, serão superados por nós no continente, enquanto Panamá, Argentina e Equador estarão na outra ponta, com crescimento ao redor de 9%.
As perspectivas para este e o próximo anos não são nada animadoras. Segundo a Unctad, tomando por base a média registrada entre 2005 e 2008, o Brasil acumularia crescimento de 18,1% até 2013.
É muito pouco perto dos 30,5% estimados para as economias emergentes como um todo.
Em dezembro passado, a equipe econômica de Dilma alardeava uma previsão de crescimento de 5% para 2012. Mas já se dará por contente se o percentual chegar a 4%, o que parece improvável.
A média das previsões de mercado, aferidas pelo Boletim Focus do Banco Central, está em 3,3%. Desde janeiro, o FMI, por exemplo, já trabalha com prognóstico de 3%.
De olho nisso, o governo estaria preparando "medidas para tentar impulsionar o PIB", segundo a Folha de S.Paulo . Entre elas, estariam desonerações de alguns setores e redução de impostos. O problema é que, nas vezes que tentou isso, o governo errou a mão.
Como aconteceu, por exemplo, com a desoneração da folha de pagamentos do setor de tecnologia da informação, incluído entre os "beneficiados" pelo plano Brasil Maior.
Feitas as contas, os empresários do setor - principalmente aqueles com poucos empregados e faturamento elevado - viram que iriam pagar mais contribuição previdenciária e não menos.
A barbeiragem se repetiu com a "ordem" dada pela presidente para que os investimentos públicos fossem acelerados neste ano.
Em janeiro, isso foi tudo o que não se viu:
o Tesouro produziu um megasuperávit fiscal anabolizado por uma expressiva redução de 17,4% nos investimentos.
Entre as dificuldades vindouras, certamente estará a de aumentar as exportações e atenuar a contribuição negativa do setor externo sobre as contas nacionais.
Com a anunciada disposição da China de frear a expansão da sua economia, o Brasil deve vender menos commodities, principalmente minério de ferro - cuja cotação no mercado internacional já caiu 29% desde setembro.
O resultado do PIB de 2011 indica que foram bem sucedidas as medidas monetárias e financeiras para esfriar a economia e domar a inflação, que escalara desde o último ano da gestão Lula.
A dose, porém, parece ter sido letal e agora ameaça deixar o país na UTI por mais tempo que o esperado. Não se enxerga nas medidas tomadas pelo governo Dilma Rousseff alguma saída à vista.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
O Pibinho
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