- Haverá ação mais forte do governo para que esse crescimento se realize. Sempre é possível fazer estímulos e eles podem ser fiscais ou monetários.
Dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) teve alta de 2,7%, bem abaixo dos 4,5% que eram esperados no início do ano e dos 7,5% de expansão do ano anterior.
Antes do anúncio do PIB, a presidente Dilma Rousseff também comentou em Hanover, na Alemanha, que vai "trabalhar ativamente para aumentar o crescimento do Brasil" e culpou a crise dos países ricos pela desaceleração das economias emergentes.
Segundo o ministro, o resultado se deveu às medidas que restrição ao crédito que o governo teve que adotar para conter pressões inflacionárias e também ao agravamento da crise internacional. Mantega destacou que sem a deterioração do quadro externo, o PIB teria crescido cerca de 4% no ano passado.
- Em termos de desempenho, o crescimento foi satisfatório. Acho que 2011 foi um bom ano para a economia embora o crescimento do PIB não tenha sido tão alto quanto nós esperávamos - afirmou o ministro.
Para ele, o fato de o governo ter pisado fortemente no freio no início de 2011 - o que acabou comprometendo o resultado do ano - não foi um erro:
- O governo não pesou a mão em medidas macroprudenciais que começaram no final de 2010. Havia uma inflação mundial que corria o risco de afetar o Brasil.
Ele destacou que a economia terminou 2011 em aceleração e que o resultado de 2012 será melhor:
- O importante é que começamos 2012 com a economia aquecendo. Vimos um aquecimento em novembro e dezembro que vai continuar em 2012. Estamos numa trajetória maior que em 2011. O ápice vai ser no segundo semestre, quando a economia brasileira vai estar crescendo a 5%. Ela vai fechar o ano (com alta) entre 4% e 4,5%.
O ministro assegurou que o governo vai tomar medidas para garantir que a economia tenha um bom desempenho esse ano. Entre elas estão a redução dos juros e estímulos ao investimento e ao consumo. Ele também defendeu a redução do spread bancário por meio de uma ação forte dos bancos públicos.
Mantega destacou ainda que o governo vai manter o real desvalorizado para proteger a indústria nacional da chamada guerra cambial, em que os países ricos desvalorizam suas moedas para ganhar mais competitividade no mercado internacional.
- Temos todos os instrumentos necessários para permitir que o real não se valorize. Vamos viver em 2012 um agravamento da guerra cambial, mas o Brasil é um país prevenido. Não permitiremos que haja ingresso de capital especulativo. Temos um arsenal infinito. Eu sempre posso criar outras medidas - disse ele, adiantando:
- Temos atuado nos mercados futuro e spot e podemos aumentar nossa atuação em larga escala. Não há risco de o real se valorizar a causar danos à indústria.
O ministro disse que 2012 não prevê nenhum cataclisma no cenário externo, embora o Brasil possa sofrer o impacto da desaceleração internacional, especialmente na China.
Mesmo assim, ele garantiu que o Brasil é um país preparado para esse cenário, pois possui um mercado interno forte. Além disso, Mantega destacou que o quadro internacional pode fazer com que haja queda dos preços de commodities, o que é favorável para a inflação.
- A trajetória da economia está mais ou menos definida. Vamos acelerar mais no segundo semestre de 2012. A inflação está para baixo e caso se confirme a desaceleração internacional e da China, pode haver queda dos preços de commodities. Não existem grandes desafios.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que o crescimento de 2,7% do PIB em 2011 foi muito significativo, considerando-se a crise internacional.
"O resultado colocou o Brasil na sexta posição na economia mundial e apesar da desaceleração em relação ao ritmo obtido em 2010, a criação líquida de empregos formais em 2011 foi firme, alcançando cerca de 2 milhões, assegurando mais avanços na inclusão e distribuição da renda", disse, em nota.
O Globo
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