"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

fevereiro 09, 2012

MANDEM A CONTA - PARA O CACHACEIRO ABJETO PARLAPATÃO , O FILHO...DO BRASIL

Há um interessante debate sobre a privatização dos aeroportos feita pelo governo Dilma, mas há também o entendimento de que a mudança é positiva.

E desde já, se a coisa funcionar mais ou menos, fica assim:
o governo ganha dinheiro com os aeroportos, ao vender as concessões (R$ 26 bilhões numa tacada inicial!) e receber participação nos lucros e ainda consegue turbinar os investimentos nessa área crucial de infraestrutura.


Ou seja, se tivesse feito isso há mais tempo, o governo poderia ter utilizado em outros setores carentes, saúde, por exemplo, o dinheiro que gastou em aeroportos e o que teria recebido nas privatizações.


E o público estaria mais bem servido.


Por que não se fez antes?
Porque o então presidente Lula não deixou.

A conversa sobre privatização dos aeroportos não é nova, sobretudo no mundo privado.

No governo FHC, tratouse disso no segundo mandato, quando o presidente já estava desgastado e privatizar era pior do que qualquer outra coisa.


Em suas duas campanhas vitoriosas, Lula voltou a demonizar a privatização, com tal força que os próprios tucanos fugiram dela como diabo da cruz.


Mas no segundo governo Lula, a partir de 2007, o tema voltou, quando a administração lidava com o caos aéreo que explodira no final de 2006.

Foi quando as autoridades finalmente admitiram que todo o sistema aéreo era, literalmente, uma permanente ameaça de desastre:
recursos mal administrados;
os aeroportos sem estrutura adequada;
falta de pessoal especializado,
como os controladores de tráfego aéreo;
radares com zonas cegas;
falhas nas comunicações via rádio.


Feitas as contas, estava na cara que os recursos necessários para atacar todos esses problemas estavam muito acima da capacidade do governo federal.
Conclusão óbvia:
era preciso trazer dinheiro, empresas e gente nova para o setor.

Vender concessões era a óbvia saída.

Pelo menos três ministros do governo Lula disseram a este colunista que a privatização era inevitável.
A necessidade venceria as resistências ideológicas.
Modelos foram analisados pelos técnicos da administração federal, alguns chegaram a ser anunciados.

Por exemplo:
em julho de 2007, o então ministro da Defesa, Nelson Jobim, deu prazo de 90 dias para que a Agência Nacional de Aviação Civil, Anac, e a Infraero apresentassem o projeto para o terceiro aeroporto de São Paulo.


Ficou pelo caminho.

A coisa simplesmente morreu, não se falou mais nisso.
Já havia então um projeto preparado por um grupo de empresas privadas para a construção desse aeroporto na região de Araucária.

Aliás, o projeto continua de pé, e voltou a ser lembrado agora que o governo fez três concessões privadas de aeroportos já existentes.


Por que não autorizar a construção de um outro, inteiramente e desde o início privado? Resumindo: a presidente Dilma e seu pessoal celebraram os leilões de Guarulhos, Viracopos e Brasília.


Disseram, corretamente, que se inicia uma nova era, com mais investimentos e mais eficiência.


Por que não fizeram antes se todos estavam no governo Lula? Porque Lula disse que tudo se resolveria com o PAC, no qual destinou uns R$ 5 bilhões à Infraero, para os 12 aeroportos da Copa.


Reparem como não fazia sentido além da propaganda.

Só para a privatização de Guarulhos, o governo exigiu da nova concessionária compromisso de investimentos de...
R$ 5 bilhões.

Para Brasília, mais de R$ 8 bilhões.

Resumo da ópera:
Lula é responsável por um atraso de cinco anos nessa privatização.

Carlos Alberto Sardenberg O Globo
Mandem a conta para Lula

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