"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 07, 2011

TUDO SOB "CONTROLE"! CONSUMIDOR COM A CORDA NO PESCOÇO : INADIMPLÊNCIA CRESCE 6,9%.


O consumidor brasileiro continua com a corda no pescoço e, mesmo raspando as economias, com dificuldades em honrar suas dívidas.

A inadimplência subiu pela quinta vez seguida, em seis meses e atingiu 6,9% em junho, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o indicador do SPC Brasil.

A Confederação Nacional dos Dirigentes Logistas (CNDL) atribuiu o aumento dos calotes ao arrocho promovido na taxa básica de juros Selic, somado ao peso da inflação no período.

As vendas a prazo no varejo avançaram 8,66%, enquanto o número de pessoas que conseguiram limpar seus nomes teve alta de 4,25%.
A quantidade de cidadãos endividados crescendo em maior proporção aos que conseguem quitar suas parcelas tem causado preocupação à CNDL.

"A inadimplência continua nos deixando apreensivos, apesar da recuperação do crédito. Isso mostra que o varejo ainda está aquecido, e que as medidas adotadas pelo governo não funcionaram da forma prevista (de modo a reduzir o aquecimento do mercado)", disse o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior.

Na comparação com maio, o índice de calote registrou recuo de 10,09%.

Desejo
O representante dos lojistas acredita que mudar o comportamento dos consumidores será uma missão muito difícil, principalmente pela mobilidade social conquistada por milhões de brasileiros ao longo dos últimos anos.
"Os cidadãos precisaram segurar seus desejos por muito tempo. Tirar isso da pessoa não é fácil", ressaltou Pellizzaro.

Para ele, como o cidadão não pensa duas vezes antes de ir às compras, ele opta por parcelar suas aquisições, calculando apenas se consegue pagar as prestações no curto prazo.
"O brasileiro não está fazendo muitas contas na hora de comprar, essa é a realidade", constatou.

Em função desse comportamento, Pellizzaro diz acreditar que não haverá uma queda nos atuais níveis de inadimplência, ao contrário da previsão do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
O chefe da autoridade monetária avaliou ser possível que os índices se estabilizem em um futuro próximo.

"Não consigo ver essa diminuição, por causa de toda essa demanda reprimida", analisou Pellizzaro.

Fábio Monteiro Correio Braziliense

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