"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 11, 2011

INVESTIDORES : RISCO DE BOLHA NO BRASIL JÁ PREOCUPA.

O possível superaquecimento da economia brasileira e a suposta bolha de crédito no país tomaram conta do noticiário internacional e já inquietam investidores estrangeiros.

O sentimento em relação ao país está mudando, avaliam analistas.

A lua de mel dos investidores com o governo Dilma acabou”, diz Paulo Vieira da Cunha, economista e sócio da Tandem Global Partners e ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central.

Existia a expectativa de que Dilma acabaria com abusos do fim do governo Lula na política econômica, mas não houve correção.”


O jornal britânico “Financial Times” publicou pelo menos 12 reportagens, textos em blog e artigos sobre o perigo dabolha de crédito” nos últimos dez dias.
Um artigo chegava a falar em “crise de subprime” no Brasil.

Na sexta-feira, o jornal dizia que a economia brasileira “é como bicicleta: funciona enquanto continuar andando”.
Mas agora [a bicicleta] está
bamba ”, advertia.

A revista britânica “The Economist” disse que o Brasil está entre os sete países com maior risco de superaquecimento, junto a Argentina,
Hong Kong,
Índia,
Indonésia,
Turquia
e Vietnã.

E a nova diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, alertou para riscos de superaquecimento e inflação nos país emergentes.

Um administrador de hedge fund diz que os estrangeiros estão comprando a história de bolha de crédito e reduzindo a exposição ao Brasil.

Um sintoma seria a queda de ações de bancos brasileiros.
Após a crise de 2008, o Brasil se tornou um “superqueridinho” dos investidores por sua recuperação rápida.
Naquela época, lembra o administrador, ninguém fazia muitas contas para por o dinheiro no país.


A virada, o fenômeno de “vender Brasil”, começou no início do ano e se reforça agora. Não há sinais de consenso entre os bancos em dizer que os papéis do país estão baratos e é hora de voltar a recompor sua exposição.

Muitos estrangeiros querem ver resultados concretos do combate à inflação e saber até onde vão a inadimplência e a responsabilidade fiscal para investir no Brasil.

Patrícia Campos Mello/Folha

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