Luciano Pires/Correio
O ministro Guido Mantega voltou de férias disposto a anular as investidas do BC. Mantega não esconde a insatisfação com os últimos movimentos da cúpula da autoridade monetária, que há várias semanas desqualifica seu discurso.
Para o ministro da Fazenda, a alta da inflação nos primeiros meses do ano era esperada, assim como seu arrefecimento motivado pela queda dos itens alimentícios, e agora está acomodada.
O BC discorda da análise, ao mesmo tempo em que manda recados cada vez mais claros de que a política de elevação da Selic continuará.
Além das divergências com a Fazenda em relação ao comportamento dos preços, o presidente do BC, Henrique Meirelles, também tem criticado bastante os efeitos dos créditos direcionados aqueles com taxas subsidiadas oferecidos principalmente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
De acordo com Meirelles, tais mecanismos acabam obrigando o BC a elevar a taxa básica de juros, hoje em 10,25% ao ano.
A próxima reunião do Comitê de Polícia Monetária (Copom) acontecerá
neste mês. Pelas previsões do mercado, os juros vão subir 0,75 ponto percentual e alcançar 11% ao ano.
A próxima reunião do Comitê de Polícia Monetária (Copom) acontecerá
neste mês. Pelas previsões do mercado, os juros vão subir 0,75 ponto percentual e alcançar 11% ao ano.
Estudo elaborado por Bertrand Delgado e por Juan Maldonado Lorenzo, analistas para mercados emergentes do Roubini Global Economics, ressaltou a desaceleração dos principais índices inflacionários do Brasil.
Preocupação
A dupla de especialistas adverte, porém, que a inflação tende a acelerar em agosto frente as pressões de demanda. Delgado e Lorenzo são dois dos maiores especialistas em América Latina da consultoria criada pelo economista Nouriel Roubini, que ganhou notoriedade por ter conseguido prever o estouro da bolha imobiliária norte-americana.
“No Brasil e no México, a inflação continuou a se mover mais lentamente em junho, os preços dos alimentos mantiveram o ajuste, no entanto, acreditamos que a inflação nos dois países vai acelerar em julho ou agosto”, escreveram os especialistas.
Relatório produzido pelo Banco Fibra também reforça a preocupação do mercado com o avanço da alta dos preços.
Ainda esperamos algum reflexo da desaceleração dos preços de gêneros alimentícios na inflação de julho, entretanto, não acreditamos na manutenção desse cenário benigno para o restante do ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário