"Uma das grandes farsas do Brasil de toda a discussão é a questão de privatização. Quando chega no governo, não só não volta para atrás, como dá dinheiro para elas", afirmou Serra durante o programa Roda Viva, da TV Cultura.
"Chegou a se dar dinheiro subsidiado, porque o governo emite dívida pública, pega o dinheiro da dívida e empresta por um juro menor que está pagando pela dívida pública para uma empresa comprar a outra... é um modelo curioso de privatização do dinheiro público", acrescentou.
Questionado se o BNDES continuaria incentivando a formação de grandes empresas nacionais, Serra ponderou.
"Se for para formar capital novo num setor que for fundamental, eu não sou contra... não sou contra uma empresa comprar a outra, mas você vai dar dinheiro público subsidiado? Todos os contribuintes do Brasil vão pagar para uma empresa comprar outra? Não tem sentido", disse.
O BNDES tem tido participação, por exemplo, na internacionalização de empresas do setor de carne.
O tucano foi além.
Defendeu a concessão de aeroportos. No entanto, demonstrou irritação quando um jornalista o questionou sobre o modelo de concessões de estradas adotado por São Paulo, Estado que governou até o início de abril, e o alto preço dos pedágios nessas rodovias.
O candidato argumentou que as estradas paulistas são consideradas as melhores do Brasil, complementando que a crítica é "trololó" petista repetido pela imprensa.
Macroeconomia
Indagado sobre o que mudaria na atuação do Banco Central, Serra voltou a criticar a demora da autoridade monetária para baixar os juros durante a crise financeira global.
Acrescentou que, em seu governo, o BC ia "trabalhar direito" e "errar menos".
Serra alertou para os riscos referentes ao déficit de conta corrente e criticou a entrada de capital especulativo no país.
"Se a economia tiver crescendo sustentadamente, é a melhor maneira de entrar capital produtivo. O que entra no Brasil hoje é dinheiro para especular."
Ele ainda defendeu o corte dos gastos públicos e que o governo federal também passe a se enquadrar totalmente na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Declarou ser favorável a tornar permanente a Zona Franca de Manaus.
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