Adriana Fernandes e Fabio Graner, de O Estado de S. Paulo
O agravamento da crise financeira na Europa já faz estragos no ingresso de investimentos de multinacionais em produção no Brasil – IED (Investimentos Estrangeiros Diretos) – agravando o quadro de forte deterioração das contas externas observado desde o ano passado.
Em abril, as contas externas apresentaram o pior resultado para o mês, desde o início da série estatística, de 1947.
Apesar do forte crescimento da economia brasileira, o volume de investimentos diretos frustrou as previsões do Banco Central (BC) e fechou os primeiros quatro meses do ano em US$ 7,88 bilhões, com queda de 11,05% em comparação ao mesmo período de 2009.
Frustração
Se confirmada a projeção, o investimento estrangeiro em produção nos cinco primeiros meses do ano terá alcançado US$ 9,48 bilhões, apenas 21% do volume de US$ 45 bilhões esperado para 2010.
O mercado já começou a rever para baixo sua projeção de investimento estrangeiro para 2010, que agora está em US$ 37 bilhões. Na semana anterior, os economistas previam ingressos de US$ 38 bilhões.
Incerteza
"Os dados ficaram aquém da expectativa. Mas a expectativa continua sendo positiva com a aceleração do fluxo a partir do segundo semestre", disse Altamir. Segundo ele, a incerteza provocada pela crise na Europa tem provocado o adiamento de investimentos.
Esse movimento é evidenciado pelo comportamento de multinacionais de países como Alemanha e Espanha, países que tradicionalmente investem muito no Brasil.
De janeiro a abril, os investimentos alemães somaram apenas US$ 85 milhões, ante US$ 1,99 bilhão em igual período de 2009, quando o quadro econômico mundial ainda era muito ruim por causa dos impactos da crise dos Estados Unidos em 2008.
Os investimentos espanhóis, um dos países que mais sofrem com a crise atual, somaram US$ 271 milhões no primeiro quadrimestre, praticamente um quarto do US$ 1,05 bilhão verificado de janeiro a abril de 2009.
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